O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou na noite de quarta-feira (29), horário de Brasília, que as Forças Armadas americanas retomassem imediatamente os testes de armas nucleares após um hiato de 33 anos, minutos antes de iniciar uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping.
Em uma publicação na Truth Social, Trump disse que a decisão foi tomada após outros países iniciarem programas de testes nucleares.
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“Devido ao tremendo poder destrutivo, eu DETESTEI fazer isso, mas não tive escolha! A Rússia está em segundo lugar e a China em um distante terceiro, mas estarão empatadas dentro de 5 anos”, disse o líder americano.
Trump disse que os EUA possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país, com o arsenal modernizado recentemente.
EUA inauguram Era Nuclear
Os Estados Unidos inauguraram a era nuclear em julho de 1945 com o teste de uma bomba atômica de 20 quilotons em Alamogordo, Novo México, e, em seguida, lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 para forçar a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.
A União Soviética chocou o Ocidente ao detonar sua primeira bomba nuclear apenas quatro anos depois, em agosto de 1949.
Nas cinco décadas entre 1945 e o CTBT (Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares) de 1996, mais de dois mil testes nucleares foram realizados, 1.032 deles pelos Estados Unidos e 715 pela União Soviética, segundo as Nações Unidas.
O Reino Unido realizou 45 testes, a França 210 e a China 45.

Após o CTBT, dez testes nucleares foram realizados. A Índia fez dois em 1998, o Paquistão também dois em 1998, e a Coreia do Norte realizou testes em 2006, 2009, 2013, 2016 (duas vezes) e 2017, ainda conforme as Nações Unidas.
Os Estados Unidos realizaram seu último teste em 1992, a China e a França em 1996 e a União Soviética em 1990. A Rússia, que herdou a maior parte do arsenal nuclear soviético, nunca realizou testes nucleares.
Moscou realizou exercícios nucleares neste mês de outubro e testou um míssil de cruzeiro e um torpedo com propulsão nuclear, mas não testou uma ogiva nuclear.
Por que os testes nucleares foram interrompidos?
A preocupação com o impacto dos testes nucleares — acima e abaixo da superfície — na saúde humana e no meio ambiente aumentou.
O impacto dos testes realizados pelo Ocidente no Pacífico e dos testes soviéticos no Cazaquistão e no Ártico foi significativo tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas.
Ativistas afirmam que milhões de pessoas no Pacífico e no Cazaquistão tiveram as terras contaminadas por essas atividades e enfrentam problemas de saúde há décadas.
Os defensores da medida argumentaram que, ao limitar a onda de testes nucleares da Guerra Fria, as tensões entre Moscou e Washington poderiam ser reduzidas.
O CTBT (Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares) proíbe explosões nucleares por qualquer pessoa, em qualquer lugar. O documento foi assinado pela Rússia em 1996 e ratificado em 2000. Os Estados Unidos assinaram o tratado em 1996, mas não o ratificaram.
Em 2023, o presidente Vladimir Putin revogou formalmente a ratificação do CTBT pela Rússia, alinhando seu país aos Estados Unidos.
Por que realizar um novo teste?
Para coletar informações ou para enviar um sinal.
Os testes fornecem evidências sobre o que qualquer nova arma nuclear pode fazer e se as armas mais antigas ainda funcionam.
Em 2020, o Washington Post noticiou que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia discutido a possibilidade de realizar ou não um teste nuclear.
Além de fornecer dados técnicos, tal atividade seria vista pela Rússia e pela China como uma afirmação deliberada do poder estratégico dos EUA.
Putin alertou repetidamente que, se os Estados Unidos retomassem os testes nucleares, a Rússia também o faria. Putin afirma que uma corrida armamentista nuclear global já está em curso.
O que as grandes potências estão fazendo com suas armas nucleares?
O número exato de ogivas nucleares que cada país possui é secreto, mas a Rússia tem cerca de 5.459 ogivas, enquanto os Estados Unidos têm cerca de 5.177, segundo a Federação de Cientistas Americanos. Esses números incluem dispositivos implantados, armazenados e desativados.
A Associação de Controle de Armas, sediada em Washington, D.C., afirma que Washington possui um estoque de 5.225 ogivas nucleares e a Rússia, 5.580.
Os estoques globais de ogivas nucleares atingiram o pico em 1986, com mais de 70 mil ogivas, a maioria na União Soviética e nos Estados Unidos, mas desde então foram reduzidos para cerca de 12 mil, a maioria ainda na Rússia e nos EUA.
A China é a terceira maior potência nuclear, com 600 ogivas nucleares. A França possui 290, o Reino Unido 225, a Índia 180, o Paquistão 170, Israel 90 e a Coreia do Norte 50, segundo a Federação de Cientistas Americanos.
A Rússia, os Estados Unidos e a China estão todos realizando grandes modernizações em seus arsenais nucleares.














