O derretimento do Oceano Ártico pode trazer recompensas econômicas e geopolíticas para a China. Isso porque o país quer investir em uma “Rota da Seda Polar”, uma passagem de navegação que atravessa o norte do planeta. O objetivo é criar um trajeto menor e mais econômico do que as atuais rotas que passam pelo Canal de Suez.
Recentemente, o navio Istanbul Bridge partiu da China com destino a Europa, seguindo a Rota do Mar do Norte, no Ártico. A viagem só é possível devido ao aquecimento e derretimento das águas.
Para a China, a abertura desse caminho pode reduzir custos de transporte, trazer mais influência para o país no comércio internacional e diminuir os riscos ligados às rotas tradicionais. Uma viagem pelo Ártico pode levar até a metade do tempo em comparação com a rota do sul.
Especialistas afirmam que o trajeto mais curto também promete reduzir parte das emissões de gases que aquecem o planeta, embora críticos alertem que a navegação em uma área tão sensível pode trazer efeitos desastrosos.
Em entrevista à CNN, Andrew Dumbrille, consultor da Clean Arctic Alliance, disse que é um equívoco pensar que o derretimento do gelo vai facilitar a navegação na região. Para ele, abrir a rota pode deixar o oceano ainda mais perigoso. “Não há respostas prontas a derramamentos de óleo como em outros climas”, alertou.
Segundo ambientalistas, o Ártico é uma região instável. O gelo pode se deslocar de forma inesperada, colocando em risco navios e tripulações. As temperaturas extremas, neblina constante e longos períodos de escuridão no inverno também tornam a operação arriscada. Além disso, o ruído das embarcações pode colocar a vida marinha da região em risco.
Apesar das preocupações com a chamada Rota da Seda Polar, o trajeto ainda não é uma grande ameaça ao meio ambiente. De acordo com a empresa russa Rosatom, apenas 90 embarcações passaram pela rota em 2024. Em comparação, 13 mil navios estiveram no Canal de Suez no mesmo período.

O que é a Rota da Seda Polar?
A Rota da Seda Polar é uma passagem de navegação que atravessa o Oceano Ártico, proposta pela China como uma alternativa mais curta e econômica em comparação com as rotas tradicionais que passam pelo Canal de Suez.
Por que o derretimento do Ártico interessa à China?
O derretimento do Oceano Ártico pode facilitar a navegação, permitindo à China reduzir custos de transporte, aumentar sua influência no comércio internacional e diminuir os riscos associados às rotas tradicionais. Uma viagem pelo Ártico pode levar até metade do tempo em relação à rota do sul.
Quais são os riscos associados à navegação na Rota da Seda Polar?
Especialistas alertam que a navegação na região do Ártico pode ser perigosa devido à instabilidade do gelo, que pode se deslocar inesperadamente, e às condições climáticas extremas, como temperaturas baixas e neblina constante. Além disso, a falta de infraestrutura para responder a derramamentos de óleo é uma preocupação significativa.
O que dizem os especialistas sobre a navegação no Ártico?
Andrew Dumbrille, consultor da Clean Arctic Alliance, afirmou que é um equívoco pensar que o derretimento do gelo facilitará a navegação. Ele destacou que a abertura da rota pode tornar o oceano ainda mais perigoso, pois não há meios adequados de resposta a emergências como derramamentos de óleo.
Qual é a situação atual do comércio na Rota da Seda Polar?
Atualmente, a Rota da Seda Polar ainda tem um impacto limitado no comércio mundial. Em 2024, apenas 90 embarcações passaram pela rota, em contraste com 13 mil navios que utilizaram o Canal de Suez no mesmo período, segundo a empresa russa Rosatom.