A ação, considerada “cirúrgica” pelo comando da corporação, ocorreu sem qualquer troca de tiros, por um detalhe no mínimo curioso: o vigia dos bandidos estava distraído no WhatsApp e os demais criminosos foram surpreendidos enquanto dormiam.

A ação faz parte da Operação Contenção, estratégia do governo estadual, que tem como foco o combate à expansão territorial de facções e milícias no estado. O grupo preso atuava em roubos de veículos e extorsões nas regiões da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá. Segundo a PM, os agentes chegaram ao esconderijo após um trabalho de inteligência que vinha sendo desenvolvido desde o fim de semana.

De acordo com o comandante do 18º Batalhão, tenente-coronel Silveira, os criminosos estavam escondidos em uma área abandonada usada como desmanche de veículos. 

“Quem estava de guarda estava no telefone. Os policiais chegaram e encontraram todos dormindo”, relatou. Por conta disso, a prisão foi feita sem resistência, evitando confronto. 

Ainda segundo a PM, o líder do grupo, conhecido como Boto, já está preso em um presídio federal. O subsecretário de Inteligência da Polícia Militar, coronel Uirá, ressaltou que o arsenal encontrado reflete o poderio bélico das milícias no estado. Muitas das armas apreendidas, segundo ele, são montadas no Brasil a partir de peças de airsoft e componentes importados ilegalmente, copiando modelos de fábricas estrangeiras.

Para Victor Santos, Secretário de Segurança Pública, a ação ajuda a combater o principal problema do Rio de Janeiro no enfrentamento a facções. 

“A gente tem que fazer uma reflexão sobre a quantidade de fuzis na mão de criminosos. Esse é o grande desafio da segurança pública no Rio de Janeiro: a quantidade de armas de guerra como essa na mão de criminosos”, disse. 

Com essa operação, a Polícia Militar contabiliza, apenas na região de Jacarepaguá, 25 fuzis, 13 pistolas, quatro revólveres apreendidos, 44 prisões e 10 criminosos neutralizados desde o início da Operação Contenção.