O governo de Nicolás Maduro alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre um possível ataque armado dos Estados Unidos contra o país, e disse que a operação pode acontecer em “pouco tempo”. A declaração consta em um pedido de reunião emergencial no Conselho de Segurança, enviado na quinta-feira (9/10).
“Estamos hoje diante de uma realidade sem precedentes nos últimos 200 anos da história republicana”, disse o representante permanente da Venezuela na ONU, embaixador Samuel Reinaldo Moncada Acosta. “Esta carta, baseada em informações comprovadas, razoáveis e objetivas, confirma que um ataque armado dos EUA contra a Venezuela pode ocorrer muito em breve. A mobilização militar em curso, a escalada de ações hostis e provocativas e a retórica cada vez mais incendiária confirmam isso.
No documento, encaminhado ao embaixador da Rússia na ONU e presidente do Conselho de Segurança, Vassily Nebenzia, a diplomacia venezuelana lista as recente ações norte-americanas no Caribe.
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O envio de forças militares dos EUA para a América Latina coincidiu com o aumento da pressão de Washington contra Maduro, apontado como chefe do cartel de Los Soles. Recentemente, o grupo foi reclassificado, e passou a integrar a lista norte-americana de organizações terroristas.
Com a mudança, a administração Trump abriu brechas para a realização de operações militares em outras nações, visando tais grupos, mas sob a bandeira do combate ao terrorismo.
Para o governo Maduro, contudo, o combate ao tráfico internacional é usado pelos EUA como “máscara” para uma intervenção militar na Venezuela — como aconteceu no Iraque em 2003.
“Trata-se, portanto, de uma repetição do roteiro utilizado em 2003, sobre a suposta existência de armas nucleares no Iraque, que resultou na destruição daquela nação irmã e no roubo de seus recursos por meios armados”, disse o representante da Venezuela na ONU.