O USS Gerald R. Ford, maior porta-aviões do Mundo, entrou nesta terça-feira (11) na área de operações da América Latina, segundo um comunicado oficial da Marinha dos EUA.
A embarcação fará parte da operação ordenada pelo presidente americano, Donald Trump, no Caribe sob a justificativa de combater o narcotráfico na região. Na prática, a presença militar no Atlântico também serve como pressão contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela — e acende um alerta para possíveis operações militares dos EUA em terra no país.
A localização exata do navio não foi divulgada. Desde que ele cruzou o Estreito de Gibraltar e entrou no Oceano Atlântico, o Gerald Ford teve seu transponder desligado para manter sua posição em sigilo, como é comum em operações militares.
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Porta-aviões USS Gerald Ford, da Marinha dos Estados Unidos, navegando pelo Oceano Pacífico a caminho do mar do Caribe. Foto tirada em 5 de novembro de 2025. — Foto: Alyssa Joy/Marinha dos Estados Unidos
"O Grupo de Ataque do Porta-Aviões Gerald R. Ford, liderado pelo maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, entrou na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUAem 11 de novembro", diz a nota da Marinha.
"A chegada das forças marítimas ocorre após o Secretário de Guerra, Pete Hegseth, ter ordenado que o Grupo de Ataque de Porta-Aviões apoiasse a diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria."
O grupo de ataque também inclui três destróieres, o USS Mahan, o USS Bainbridge e o USS Winston Churchill.
Maior e mais letal
O USS Gerald Ford é o maior, mais letal e adaptável porta-aviões do mundo e também o mais moderno e tecnologicamente avançado dos EUA, segundo a Marinha americana. Incluído ao arsenal americano apenas em 2017 —considerado recente em termos da indústria militar—, o porta-aviões tem capacidade para abrigar até 90 caças e helicópteros, além de dispor de uma pista que serve para pousos e decolagens —essa pista tem a área três vezes maior que a do gramado do Maracanã.
"O USS Gerald Ford é um dos maiores poderes de fogo navais que os EUA podem projetar. Seu envio é sinal inequívoco que os EUA estão dispostos a usar força militar muito além do que tem sido feito com os ataques a barcos e lanchas no Caribe", afirmou ao g1 o professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard Vitelio Brustolin.
Batizado em homenagem ao ex-presidente Gerald Ford, que governou os EUA entre 1974 e 1977, o porta-aviões é considerado o principal ativo da Marinha americana para projeção de poder, dissuasão e controle do mar. O USS Gerald Ford inaugurou uma nova classe de porta-aviões da indústria militar dos EUA.
Presença militar no Caribe
As embarcações e aeronaves do grupo de ataque USS Gerald Ford se somam à já grande presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe, que inclui diversos navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros. O envio militar de sexta-feira escalou ainda mais a pressão militar aplicada pelo governo Trump ao regime Maduro e foi vista pela imprensa dos EUA como um sinal de "grande expansão" da campanha americana.
A escalada de tensões entre EUA e Venezuela já teve bombardeios a barcos sul-americanos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico próximo à América do Sul, e acende um alerta na região para a possibilidade de operações militares de tropas americanas na Venezuela.
Desde agosto, o governo Trump designou cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas e ordenou operações militares contra eles sob a justificativa de parar o fluxo de drogas que entra nos EUA. Além disso, os EUA acusaram Maduro de chefiar o Cartel de Los Soles e dobraram a recompensa pela sua captura para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões).
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Conheça o USS Gerald Ford, maior porta-aviões do mundo e o mais avançado da Marinha dos Estados Unidos. — Foto: Gui Sousa/Arte g1

















