A Força Aérea Brasileira realizou, pela primeira vez, disparos reais do míssil Meteor, considerado um dos mais avançados e letais da atualidade.
O lançamento ocorreu durante o Exercício Técnico BVR-X, em Natal (RN). O treinamento envolveu cenários complexos, com alvos de alta manobrabilidade que simulavam caças em velocidade e altitude elevadas, permitindo avaliar a precisão do sistema integrado ao F-39E Gripen.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
✅ Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp
O Meteor é um míssil de última geração para combates além do alcance visual (BVR), desenvolvido pela MBDA em parceria com Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Suécia. Seu grande diferencial é o motor ramjet de fluxo variável, que garante empuxo contínuo até o impacto e cria a maior “zona sem escape” entre todos os mísseis ar-ar modernos. Essa propulsão permite que o armamento acelere na fase final do voo, reduzindo drasticamente as chances de evasão do alvo.
Além do desempenho cinemático, o míssil se destaca pelo emprego de um sistema avançado de radar ativo, capaz de operar em qualquer condição meteorológica. A integração com um enlace de dados bidirecional possibilita que as informações de navegação sejam atualizadas em pleno voo, inclusive com dados repassados por outras aeronaves. Isso amplia a consciência situacional dos pilotos e torna o armamento mais adaptável a mudanças repentinas no campo de batalha.
No Brasil, o Meteor foi utilizado em duas missões reais conduzidas por caças F-39E do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA). As equipes receberam treinamento prévio com apoio da fabricante SAAB em Anápolis (GO). A MBDA também forneceu suporte técnico ao Instituto de Aplicações Operacionais (IAOP), responsável por definir perfis de tiro, supervisionar a integração do míssil e analisar todos os dados telemétricos coletados durante o exercício.
Os alvos empregados foram modelos Mirach 100/5, projetados para replicar o comportamento de aeronaves de combate. Eles foram lançados e acompanhados em tempo real a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), garantindo precisão na avaliação dos resultados. A operação contou com uma ampla estrutura de segurança e vigilância aérea e marítima, envolvendo aeronaves E-99, A-1M, A-29, P-3AM e P-95BM, além do helicóptero H-36 Caracal para missões de busca e salvamento.
A escolha de Natal para o exercício não foi casual. Segundo o Comandante da Base Aérea local, Brigadeiro do Ar Breno Diogenes Gonçalves, a região oferece condições meteorológicas favoráveis e uma área marítima segura para o emprego do armamento, além de histórico estratégico relevante. O êxito das missões consolidou o Gripen e o Meteor como elementos centrais da atual capacidade de defesa aérea do país.
Com peso de 190 kg e 3,7 metros de comprimento, o Meteor possui uma ogiva de fragmentação acionada por espoletas de impacto ou proximidade, garantindo destruição total do alvo. Sua navegação combina orientação inercial, correções via datalink e guiagem terminal autônoma, o que aumenta a precisão mesmo em ambientes saturados por contramedidas eletrônicas.
Com essa primeira campanha de disparos, o Brasil se junta ao seleto grupo de países que operam o míssil, entre eles França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Suécia e Índia.
















