O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebe, nesta segunda-feira (29/9), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O ministro da Infraestrutura do governo passado baterá à porta do ex-chefe com ares de favorito a sucedê-lo como líder da direita na próxima eleição presidencial, mas carregando uma mala de incertezas sobre o apoio que teria da família caso decida concorrer ao Planalto em 2026.
Uma ala de lideranças do Centrão tem procurado Bolsonaro em sua prisão domiciliar, no afã de convencê-lo a fechar logo apoio a Tarcísio de Freitas. Eles temem que o ex-presidente seja preso em regime fechado após a condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), o que dificultaria qualquer articulação. Também querem sinais mais claros sobre o PL da Dosimetria, que travou no Congresso num impasse que pode deixar os condenados por tentativa de golpe de Estado sem qualquer benefício.
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Tarcísio aproxima-se de uma encruzilhada. Segundo aliados, até janeiro, ele precisará escolher se disputará uma reeleição considerada encaminhada ao Governo de São Paulo ou se arriscará uma concorrência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pesa na balança o fato de que o governo ganhou sobrevida neste ano pré-eleitoral, e que o presidente da Câmara, Hugo Motta, correligionário do governador paulista, afirmou na sexta (26/9) que o petista caminha para o quarto mandato.
Para aliados de Tarcísio, o governador de São Paulo precisa da garantia de apoio do ex-chefe para ter segurança de abandonar o Palácio dos Bandeirantes em março do ano que vem. Mas no meio do caminho, entre um eventual anúncio do apoio do ex-presidente e a transferência de votos de fato, há um Eduardo Bolsonaro.
O deputado federal está nos Estados Unidos, separado do pai por 7 mil quilômetros e uma decisão do STF. Eles estão proibidos até de se falar. A avaliação de lideranças do Centrão é que o parlamentar está “incontrolável” e impedirá qualquer acerto sobre candidatura ao Planalto no futuro imediato.
O encontro de Bolsonaro e Tarcísio ocorre dias após Eduardo afirmar publicamente que seria candidato à Presidência. O anúncio causou reação no meio político – o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), foi às redes reclamar da “falta de bom senso na direita” e pregar união do grupo, sem citar o deputado.
Diante do entrave, Tarcísio anunciou recentemente que seria candidato à reeleição. Mas, segundo aliados, o governador ainda avalia disputa ao Planalto, e a declaração põe pressão para uma resolução breve do impasse.
Enquanto isso, os demais cotados da direita assistem a tudo de camarote e “jogam parados”. São eles os governadores Eduardo Leite (PSD-RS), Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO).