Por:
Juliano Haesbaert-Terra
Foto-Terra
Desde o dia 1º de agosto de 2025, todos os radares eletrônicos das rodovias federais do RS e de outros estados foram desligados. A medida é resultado direto da insuficiência de verba destinada ao Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), que teve o orçamento reduzido em 88% neste ano.
O corte comprometeu a manutenção de cerca de 2 mil faixas monitoradas em contratos espalhados pelo país. No Rio Grande do Sul, rodovias como a BR-285 em Passo Fundo já estão sem qualquer tipo de controle eletrônico, segundo o próprio DNIT. A expectativa de expansão da cobertura para mais de 4 mil faixas também foi cancelada.
O impacto é grave. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o excesso de velocidade como principal causa de mortes nas rodovias. A suspensão dos radares vai na contramão das metas do PNATRans, que prevê cortar pela metade os óbitos até 2030. Em 2024, o Brasil registrou 34 mil mortes e prejuízo de R$ 22 bilhões com sinistros viários.
Além da função de segurança, os radares representavam uma importante fonte de arrecadação: cerca de R$ 1,1 bilhão ao ano em multas. Com a suspensão, o governo corre o risco de infringir um acordo judicial firmado com o Ministério Público Federal, que exige a manutenção do sistema. Negociações com o Ministério dos Transportes estão em andamento para tentar reverter o cenário.
https://www.terra.com.br/noticias/fim-dos-radares-no-rs-rodovias-federais-ficam-sem-monitoramento-eletronico,fa1fa41beee41bc47f7bb6114c8250e4zkoahqwd.html?utm_source=clipboard