A tenista ucraniana Elina Svitolina, ex-número 3 do mundo e atual 10ª cabeça de chave, revelou ter recebido uma série de ameaças e mensagens ofensivas nas redes sociais após ser eliminada do WTA 1000 de Montreal, no Canadá.
Svitolina atribuiu o comportamento “vergonhoso” a apostadores frustrados, um problema cada vez mais recorrente no universo esportivo. “Para todos os apostadores: sou mãe antes de ser atleta”, escreveu ela em um story, no qual anexou capturas das mensagens abusivas.
“A forma como vocês falam com mulheres, com mães, é VERGONHOSA. Se suas mães vissem essas mensagens, ficariam enojadas”.Alguns dos ataques mencionavam o conflito em curso na Ucrânia desde a invasão russa, intensificando ainda mais a gravidade do episódio.
Casos como o de Svitolina não são isolados. Um estudo recente conduzido por entidades do tênis indicou que quase metade dos abusos sofridos por tenistas nas redes sociais tem origem em apostadores irritados com os resultados.
Em 2023, após sua eliminação no US Open, a francesa Caroline Garcia também denunciou o impacto das apostas no comportamento tóxico de parte do público. “As apostas doentias estão entre as principais razões pelas quais somos atacadas”, disse na época, criticando ainda a falta de ação das plataformas digitais.
“Depois de uma derrota dura, estamos emocionalmente destruídas. Preocupa pensar no que isso pode causar às jogadoras mais jovens”.
O WTA ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso de Svitolina. A entidade tem adotado medidas como o bloqueio de contas ofensivas, mas atletas e especialistas cobram ações mais eficazes.
Gael Monfils, marido de Svitolina e também tenista profissional, já havia ironizado a fúria dos apostadores em junho deste ano.
Após ser derrotado em Stuttgart, o francês de 38 anos brincou que não entendia por que ainda apostavam nele contra adversários muito mais jovens.
(Reportagem de Shrivathsa Sridhar em Bengaluru; edição de Michael Perry)