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Foto-ISTOÉ Independente
A diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, a advogada Melina Fachin, que é filha do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, foi xingada e levou uma cusparada ao deixar o campus da universidade na última sexta-feira. O agressor, um homem, xingou a professora de “lixo comunista”, no momento em que Melina estava saindo do prédio histórico, já na praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense.
O autor da agressão ainda não foi identificado. Imagens ainda estão sendo verificadas para tentar identificar. O marido de Melina, o também advogado Marcos Gonçalves, denunciou o que chamou de "agressão covarde", quando a mulher estava saindo do trabalho para ir para casa. Em uma publicação nas redes sociais, ele afirmou que a violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam com o discurso de ódio propalado desde o esgoto do radicalismo de extrema direita, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto.
Ainda segundo Marcos Gonçalves, as agressões podem ter relação com um evento convocado por apoiadores de Jair Bolsonaro na última terça-feira, em meio ao julgamento da trama golpista no STF. O grupo tentou organizar uma palestra sobre o que chamava de abusos do STF e interpretações da corte, com um vereador de Curitiba, mas o evento foi cancelado depois de estudantes impediram o acesso ao local. Mesmo assim, os palestrantes tentaram realizar o ato, entrando em conflito com os estudantes da faculdade. Houve inclusive confronto com a polícia militar.
Dias depois, Melina acabou sendo agredida e xingada ao deixar o trabalho. O ministro do STF, Edson Fachin, não se manifestou sobre o caso. Fachin não compõe a primeira turma da corte e não julgou o ex-presidente Jair Bolsonaro, já que faz parte da segunda turma do tribunal. Ele vai assumir a presidência do STF no fim deste mês.
Após as agressões, os professores da Universidade fizeram um desagravo a Melina, prestando solidariedade e reforçando que a convivência democrática deve orientar a faculdade e toda a sociedade e que divergências políticas não podem justificar agressões ou intimidações.
Em nota, a UFPR disse que analisa a situação ocorrida com a professora Melina Fachin na última sexta-feira e que o caso será debatido em reunião do Conselho de Planejamento e Administração da universidade amanhã.