A tentativa da Polícia Federal (PF) de rebocar a réplica da McLaren de Ayrton Senna apreendida durante a Operação Cambota foi frustrada. Apesar de terem recolhido os demais veículos apreendidos na nova fase da Operação Sem Desconto, os investigadores encontraram dificuldades no transporte da peça rara.
A ofensiva é uma nova etapa da investigação de um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deflagrada nesta sexta-feira (12/9). O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Durante a apreensão, os policiais federais notaram que a réplica do carro de Fórmula 1 não poderia ser transportada em um veículo de guincho usado para mover veículos comuns. Diante disso, a peça ficará em posse de um fiel depositário — pessoa ou entidade responsável por guardar e zelar pela conservação de bens ou mercadorias que não lhe pertencem, com o compromisso de devolvê-los quando exigido.
Ferrari e motocicletas
Os policiais guincharam modelos exclusivos, como a MV Agusta Rush 1000, moto produzida em série limitada de 300 unidades, avaliada entre R$ 300 mil e R$ 620 mil no Brasil, dependendo do ano, e cerca de US$ 50 mil na versão 2024. Também foi apreendida uma Ducati Diavel, comercializada por aproximadamente R$ 150 mil.
Outro exemplar que chamou a atenção foi a Ducati Panigale Senna, edição especial criada em homenagem a Ayrton Senna, com apenas 161 unidades produzidas no mundo.
Além das supermáquinas modernas, havia ainda uma Honda CBX 750, conhecida como “7 Galo”, relíquia dos anos 1980 e item cobiçado por colecionadores, e uma BMW GS 1250, moto de alta cilindrada usada tanto em viagens longas quanto em competições.
As diligências ocorreram simultaneamente em endereços de investigados no Distrito Federal e em São Paulo.
O foco é apurar indícios de fraudes em associações e sindicatos que cadastravam beneficiários do INSS sem autorização, utilizando assinaturas falsas para aplicar descontos ilegais diretamente nas aposentadorias e pensões.