O debate sobre o recesso escolar em julho e as férias em janeiro nas escolas de públicas de Educação Infantil rende muitos boatos, argumentos e assunto para a manga, mas o fato é que essas escolas estão legitimadas a dar férias aos profissionais e não atender as crianças nesse período.
Espere que eu explico, antes que alguém dê uns tapas na tela do computador. O Conselho Nacional de Educação divulgou o parecer 23/2012 que defende que escolas públicas de educação infantil devem fazer recesso e férias, mas e como ficam aquelas crianças que comprovadamente precisam do atendimento? De acordo com o documento outras instâncias do poder público deverão atender estas crianças, como por exemplo a assistência social, podendo inclusive fazer uso do espaço da escola, mas não dos profissionais.
Confira na íntegra o que diz o documento:
As creches e pré-escolas se constituem, em estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade, por meio de profissionais com a formação específica legalmente determinada, a habilitação para o magistério superior ou médio, refutando assim funções de caráter meramente assistencialista, embora mantenha a obrigação de assistir às necessidades básicas de todas as crianças.
Nas creches e pré-escolas mostra-se adequada uma estrutura curricular que se fundamente no planejamento de atividades durante um período, sendo normal e plenamente aceitável a existência de intervalo (férias ou recesso), como acontece, aliás, na organização das atividades de todos os níveis, etapas e modalidades educacionais. Tal padrão de organização de tempo de operacionalização do projeto político-pedagógico, com inclusão de intervalos, não constitui obstáculo ou empecilho para a consecução dos objetivos educacionais, ao tempo em que contribui para o atendimento de necessidades básicas de desenvolvimento das crianças relacionadas à convivência intensiva com suas famílias e a vivências de outras experiências e rotinas distintas daquelas organizadas pelas instituições de educação.
Considera-se que muitas famílias necessitam de atendimento para suas crianças em períodos e horários que não coincidem com os de funcionamento regular dessas instituições educacionais, como o horário noturno, finais de semana e em períodos de férias e recesso. Contudo, esse tipo de atendimento, que responde a uma demanda legítima da população, enquadra-se no âmbito de “Políticas para a Infância”, devendo ser financiado, orientado e supervisionado por outras áreas, como assistência social, saúde, cultura, esportes e proteção social. O sistema de ensino define e orienta, com base em critérios pedagógicos, o calendário, os horários e as demais condições para o funcionamento das creches e pré-escolas, o que não elimina o estabelecimento de mecanismos para a necessária articulação que deve haver entre a educação e outras áreas, como a saúde e a assistência, a fim de que se cumpra, do ponto de vista da organização dos serviços nessas instituições, o atendimento às demandas das crianças. Dessa forma, instalações, equipamentos, materiais e outros recursos, sejam das creches e pré-escolas, sejam dos outros serviços, podem e devem ser mobilizados e articulados para o oferecimento de cuidados e atividades às crianças que delas necessitarem durante o período de férias e recesso das instituições educacionais.
Portanto, necessidades de atendimento a crianças em dias ou horários que não coincidam com o período de atividades educacionais previsto no calendário escolar das instituições por elas frequentadas, deverão ser equacionadas segundo os critérios próprios da assistência social e de outras políticas sociais, como saúde, cultura, esportes e lazer, em instituições especializadas na prestação desse tipo de serviços, e, na falta ou insuficiência destas instituições, nas próprias instalações das creches e pré-escolas, mediante o emprego de profissionais, equipamentos, métodos, técnicas e programas adequados a essas finalidades, devendo tais instituições atuar de forma articulada com as instituições educacionais.
Janine 26/07/2015
Mãe. Entendo perfeitamente a sua preocupação. Mas o seu filho precisa ficar um tempo com você. Negocie no seu emprego para que as férias possam coincidir com as férias de seus filhos. Lembre que as professoras, muitas também são mães. A férias servem também para que os pais possam ficar um tempo com os filhos. As pessoas que trabalham na creche tem direitos assim como você. E o poder público deve assumir essa responsabilidade de manter a escola aberta, quem deve assumir isso é a assistência social. Exijam isso, é um direito de pais e professores. Dos professores em ter o descanso merecido, e dos pais em ter a garantia de que a escola continuará a funcionar, mas essa deve ser uma função da assistência social, não das pessoas que já trabalham o ano todo na creche. Tem meios, e a melhor forma é manter-se informado. Obrigada por compartilhar a sua preocupação.
Uma mãe 25/07/2015
Li atentamente o texto da janine; porém, por mais que o governo explique e coisa e tal, eu continuo tendo problemas no período de férias. Para a criança não devia ter esse "período de férias." Para quem trabalha é um tormento.
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