O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu que o Brasil deixe o Brics e atribuiu ao bloco parte da responsabilidade pelas sanções comerciais impostas recentemente pelos Estados Unidos.
Segundo ele, a aproximação com países como Rússia, China e Irã estaria prejudicando a relação bilateral com o país norte-americano e alimentando reações como a tarifa de 50% aplicada ao Brasil.
“Os Brics são uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos”, afirmou.
Zema também criticou a falta de integração prática entre os países do grupo, apontando que não há benefícios concretos para o Brasil em termos de comércio ou investimentos.
“Não há nenhum elo cultural ou geográfico entre seus membros. Tampouco é um bloco comercial. Não há zona de livre-comércio, não há acordos tarifários, nem fluxos privilegiados de investimento.”
‘Alinhamento errático’
Para ele, o vínculo do país com o bloco tem impacto direto nas relações internacionais.
“Boa parte da culpa pelo tarifaço que enfrentamos hoje tem origem justamente nesse alinhamento errático”, disse.
Outro ponto sensível destacado pelo governador é a discussão, dentro do Brics, sobre a criação de sistemas de pagamento alternativos ao dólar — pauta que, segundo ele, é vista como um confronto desnecessário com os EUA.