A relatora da CPI das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu nesta terça-feira (10) o indiciamento das influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra.
As sugestões de indiciamento constam do relatório final apresentado pela senadora. O documento ainda será apreciado pela CPI, o que pode ocorrer ainda nesta semana.
Mesmo que o relatório seja aprovado, os pedidos feitos por Soraya Thronicke não significam indiciamentos automáticos. A lista é, na prática, uma sugestão.
Cabe aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, avaliar a apresentação de denúncias contra os nomes listados por Soraya.
O relatório final, apresentado por Soraya, sustenta que Virginia Fonseca induziu seguidores ao erro ao divulgar apostas com simulações irreais.
Para a senadora, a influenciadora deve ser denunciada pelos crimes de publicidade enganosa e estelionato.
Deolane Bezerra é apontada como sócia oculta de uma casa de apostas que não tem autorização do Ministério da Fazenda para operar.
Para Soraya Thronicke, a "ocultação da verdadeira condição de Deolane na empresa" pode se caracterizar como lavagem de dinheiro.
Ao todo, Soraya Thronicke propõe indiciar a famosa por contravenções penais de jogo de azar e loteria não autorizada e pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa.
Após apresentar o relatório à CPI, a senadora Soraya Thronicke defendeu a conclusão apontada em seu parecer.
Segundo ela, a comissão tem "indícios mais do que suficientes" das supostas condutas criminosas das celebridades.
O que diz a relatora
Veja os argumentos da relatora para o indiciamento de:
➡️ Virginia Fonseca
Em seu parecer, a relatora aponta que Virginia Fonseca induziu seguidores a apostar com anúncios apontando ganhos irreais.
A senadora sugere que seja indiciada pelos crimes de publicidade enganosa e estelionato.
Segundo a relatora, Virginia anunciava casas de apostas com jogos simulados e irreais, em uma tentativa de "induzir os seguidores a acreditarem que os influenciadores obtêm ganhos fabulosos".
"A atuação de influenciadores em redes sociais não é como uma publicidade qualquer. Ela é baseada na credibilidade que deriva de uma suposta atuação real dessas pessoas. Não há dúvida, assim, de que esses vídeos de apostas irreais induzem os seus seguidores em erro sobre os ganhos incorridos pela influenciadora", afirma Soraya Thronicke.
➡️ Deolane Bezerra e membros da ZeroUm
A influenciadora Deolane Bezerra é apontada pela relatora como sócia oculta de uma casa de apostas, a ZeroUm, que não tem autorização do Ministério da Fazenda e opera a partir de uma decisão liminar da Justiça de São Paulo.
De acordo com Soraya Thronicke, a empresa sofreu "alterações societárias", mas há "vários indícios de que Deolane continua à frente da empresa".
"Deolane aparece em várias postagens fazendo propaganda da empresa. É pouco provável que, em tão pouco tempo, após ter fundado a empresa, ela tenha simplesmente deixado de ser sócia efetiva e passado a ser apenas garota propaganda", diz o documento.
Para a senadora, a "ocultação da verdadeira condição de Deolane na empresa" pode se caracterizar como lavagem de dinheiro.
Em razão disso, Soraya Thronicke propõe indiciar a influenciadora e os "administradores formais da ZeroUm, que vem explorando ilegalmente a atividade de apostas".
Essa lista contempla Deolane Bezerra, Ana Beatriz Scipiao Barros, Jair Machado Junior, José Daniel Carvalho Saturino, Leila Pardim Tavares Lima e Marcella Ferraz de Oliveira.
Todo o grupo é alvo de pedidos de indiciamentos pelos mesmos crimes: contravenções penais de jogo de azar e loteria não autorizada e pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa.
Leila Pardim também é alvo de pedido de indiciamento pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, por proximidade familiar e empresarial com Daniel Pardim.