Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
Foto-Agência Brasil-EBC
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, avaliou nesta quarta-feira (27) o risco de o Congresso Nacional aprovar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, mas derrubar a contrapartida de cobrança dos mais ricos. A medida, segundo o ministro, seria uma estratégia para “prejudicar o governo” que acabaria “prejudicando a população”.
“Alguém que está ganhando R$ 2 milhões por ano, encontra formas legais de não pagar nada [de imposto de renda]. Você acha justo alguém que ganha R$ 4.000 pagar imposto de renda e quem tá ganhando R$ 2 milhões [por ano] não pagar nada? Isso não é justo e não acontece em país civilizado nenhum. A contribuição para imposto de renda - que existe em todos os países do mundo - deve ser proporcional à renda da pessoa”, disse.
O ministro acrescentou que pessoas que estão no limite da sobrevivência, com a isenção do IR, poderão consumir mais no supermercado e em itens essenciais. “Ir para a feira, comprar comida, comprar uma roupa para o filho, um remédio, melhorar a alimentação da sua família, fazer um lazer - ter o limite de uma vida digna”, afirmou.
Segundo Rui Costa, a expectativa é que a medida comece a valer em janeiro de 2026 e afirmou que o movimento da oposição é comum, mas “às vezes, em alguns lugares, ganha a irracionalidade, e na estratégia de prejudicar o governo, [a oposição] acaba prejudicando as pessoas”.
“Nesse caso [de aprovação da isenção do imposto de renda], vai ser difícil ficar contra essas medidas. O que eles [parlamentares da oposição] podem fazer é votar o projeto e eventualmente tentar que não tenha compensação, o que criaria dificuldade [no governo] de se ter escolas e hospitais, porque qualquer governo do mundo precisa de recursos para manter serviços públicos funcionando”, apontou.
As declarações do ministro foram dadas no programa Bom Dia, Ministro.
Entenda
A declaração de Rui Costa acontece em meio às ameaças da oposição que avalia a estratégia de aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, mas derrubar a contrapartida do governo de cobrar imposto dos mais ricos.
A medida é avaliada pelos parlamentares da oposição porque ficar contra a isenção do IR geraria cobranças dos eleitores, que em sua maioria defendem a iniciativa. Deste modo, os parlamentares tentam agradar aos que ficarão isentos, e, ao mesmo tempo, defender os mais ricos.
Perguntas e Respostas
Qual é a avaliação do ministro Rui Costa sobre a isenção do imposto de renda proposta pelo Congresso?
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, expressou preocupação com a possibilidade de o Congresso aprovar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, sem a contrapartida de taxar os mais ricos. Ele acredita que essa estratégia prejudicaria o governo e, consequentemente, a população.
O que Rui Costa considera injusto em relação ao imposto de renda?
Rui Costa considera injusto que uma pessoa que ganha R$ 4.000 pague imposto de renda enquanto alguém que ganha R$ 2 milhões por ano consiga legalmente não pagar nada. Ele defende que a contribuição para o imposto de renda deve ser proporcional à renda de cada pessoa.
Como a isenção do imposto de renda poderia impactar as pessoas em situação de vulnerabilidade?
O ministro afirmou que a isenção do imposto de renda permitiria que pessoas em situação de vulnerabilidade consumissem mais em itens essenciais, como alimentos e roupas, melhorando sua qualidade de vida e possibilitando um lazer digno.
Qual é a expectativa em relação à implementação da medida de isenção do imposto de renda?
Rui Costa explicou que a expectativa é que a medida comece a valer em janeiro de 2026. Ele também mencionou que a oposição, ao tentar prejudicar o governo, pode acabar afetando negativamente a população.
Qual é a posição da oposição em relação à isenção do imposto de renda?
A oposição está avaliando a estratégia de aprovar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, mas sem a contrapartida de taxar os mais ricos. Essa abordagem visa agradar os eleitores que seriam beneficiados pela isenção, enquanto tentam também defender os interesses dos mais ricos.