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Política Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025, 08:43 - A | A

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Crimeia, Zaporizhzhia, Donbas

Putin exige 20% da Ucrânia para cessar fogo

Na última segunda-feira, Trump afirmou que Kiev e Moscou terão que ceder territórios para encerrar a guerra

Foto-Jornal da USP

 

Entenda a ocupação russa na Ucrânia — Foto: Arte/g1

Entenda a ocupação russa na Ucrânia — Foto: Arte/g1

 
Líderes europeus fazem reunião com Trump para defender posição da Ucrânia às vésperas de encontro com Putin

Líderes europeus fazem reunião com Trump para defender posição da Ucrânia às vésperas de encontro com Putin 

Num momento em que Rússia e Ucrânia realizam conversas com o presidente dos EUA, Donald Trump, lideranças mundiais começam a especular sobre um acordo que coloque um ponto final na guerra que já dura três anos e meio na Europa Oriental.

A conversa ocorre dias antes da reunião presencial entre o republicano e Vladimir Putin, que ocorre nesta sexta-feira (15) no Alasca.

Os termos de um acordo de paz, no entanto, estão longe de um consenso – e um dos principais pontos de divergência é a questão territorial.

Na última segunda-feira, Trump afirmou que Kiev e Moscou terão que ceder territórios para encerrar a guerra.

Zelensky diz não aceitar a cessão de nenhum território da Ucrânia, defendendo a validade das linhas respeitadas entre 1991 e 2014, entre a dissolução da União Soviética e a anexação da península da Crimeia em 2014. 

Moscou, por sua vez, reivindica sua soberania não apenas sobre a Crimeia, como sobre outros territórios que, juntos, compõem 20% do território ucraniano. 

Veja, a seguir, quais são os territórios exigidos pelo Kremlin: 

Crimeia 

Putin e Zelensky — Foto: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters; Reuters/Alina Smutko

Putin e Zelensky — Foto: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters; Reuters/Alina Smutko

Sob controle russo desde o século 18, a península da Crimeia teve diversos status governamentais durante o período em que fez parte da União Soviética, a partir de 1921.

O território tem uma importância estratégica no acesso ao Mar Negro e, de lá, para o Mediterrâneo.

Em 1954, o então líder soviético Nikita Khrushchov, ele próprio nascido em um vilarejo próximo à Ucrânia, aprovou a transferência da Crimeia para a República Socialista Soviética da Ucrânia. A decisão teve uma motivação em boa parte simbólica, em um momento no qual a dissolução da URSS não estava no horizonte.

No início dos anos 1990, porém, a questão da península voltou à tona. Em um primeiro momento, ela declarou independência como região autônoma, para então ser absorvida ao território ucraniano e ter sua própria constituição abolida em 1995.

 
Ponte da Crimeia, no Estreito de Kerch, em foto de 17 de julho de 2023 — Foto: REUTERS/Alexey Pavlishak

Ponte da Crimeia, no Estreito de Kerch, em foto de 17 de julho de 2023 — Foto: REUTERS/Alexey Pavlishak

Moscou chegou a reivindicar o território, mas assinou um tratado com Kiev reconhecendo a soberania do país vizinho em 1997. 

No início de 2014, porém, em meio aos protestos contra o presidente ucraniano Viktor Yanukovich, pró-Rússia, forças militares de Moscou ocuparam a Crimeia. 

Os habitantes do território votaram pela independência da Ucrânia e anexação à Rússia no mesmo ano. No entanto, nem Kiev, nem a comunidade internacional reconhecem a validade do referendo. Por isso, a Ucrânia reivindica a devolução da península. 

Zaporizhzhia 

Soldado russo vigia acesso à central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.  — Foto: Alexander Ermochenko/ Reuters

Soldado russo vigia acesso à central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia. — Foto: Alexander Ermochenko/ Reuters 

A região ucraniana fica localizada entre a Crimeia, ao sul, anexada pela Rússia em 2014, e o Donbas, ao norte, sob influência de forças separatistas pró-Moscou também desde 2014.

Zaporizhzhia foi invadida por forças militares russas em 2022, que chegaram até a cidade de Enerhodar. Lá se localiza o principal alvo estratégico do território, a Usina Nuclear de Zaporizhzhia.

Construída entre 1980 e 1996, entre o período soviético e a independência ucraniana, ela é a maior usina nuclear da Europa e uma das 10 maiores do mundo. Desde a tomada de controle por Moscou, ela se encontra praticamente desativada, ocasionando faltas de energia constantes no território ucraniano. 

Donbas (Donetsk e Luhansk) 

Soldados ucranianos conversam com morador que teve a casa atingida por bombardeio russo em Luhansk, em 3 de junho de 2022 — Foto: Serhii Nuzhnenk/ Reuters

Soldados ucranianos conversam com morador que teve a casa atingida por bombardeio russo em Luhansk, em 3 de junho de 2022 — Foto: Serhii Nuzhnenk/ Reuters 

As regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk compõem uma região conhecida como Donbas, uma abreviação de “bacia do rio Donets”. A região vive tensões entre a população ucraniana e a russa locais que remontam às Guerras Mundiais.

Rica em carvão, a região também desenvolveu um parque industrial estratégico para Kiev. 

No início de 2014, após a deposição de Yanukovich e a anexação da Crimeia pela Rússia, grupos paramilitares pró-Rússia e separatistas tomaram cidades importantes em Donetsk e Luhansk. Eles declararam a criação da República Popular de Donetsk (RPD) e da República Popular de Luhansk (RPL) como estados separatistas. 

O governo ucraniano lançou uma operação militar para retomar o controle, mas enfrentou forte resistência: a Rússia apoiou os separatistas de forma velada com armas e apoio logístico, mas negou envolvimento direto inicialmente.

Nenhum dos estados separatistas obteve reconhecimento internacional. Só em 2022 Moscou reconheceu ambas como entidades soberanas, pouco antes de lançar a ofensiva contra o território ucraniano.

 

 

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