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FORTALECENDO O ADVERSÁRIO

Deputado diz que erros da extrema-direita ajuda Lula a buscar quarto mandato

Juarez Costa citou, por exemplo, a PEC da Blindagem, defendida pelos parlamentares da extrema-direita, mas que acabou enterrada devido a sua má avaliação

Conteúdo Hipernotícias
Da Redação

Para o deputado federal Juarez Costa (MDB), a extrema-direita se tornou o maior cabo eleitoral do presidente Lula (PT), que deve concorrer ao quarto mandato em 2026. Segundo ele, os erros do grupo reaproximaram o eleitorado do governo petista. O deputado citou, por exemplo, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que ficou conhecida como PEC da Blindagem, que visava ampliar proteção de parlamentares contra investigações e processos criminais. 

"Isso foi um erro grotesco. Uma vergonha. Tanto é que o Senado matou na Comissão, não foi nem para o Plenário. São erros que você fortalece o adverário. Essas coisas precisam ser corrigidas. Está faltando pouco tempo, se continuar errando, é pior", avaliou Juarez. 

Outra posição da extrema-direita que contribuiu para popularidade de Lula foi a ofensiva da família Bolsonaro, em especial do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), junto aos Estados Unidos contra o Brasil. O parlamentar carioca fez questão de capitalizar as expressivas tarifas impostas pelo governo norte-americano aos produtos brasileiros como uma reação à suposta perseguição ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Está faltando pouco tempo, se continuar errando, é pior

Na contramão, Lula saiu em defesa da soberania nacional e manteve postura austera diante dos discursos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Judiciário brasileiro. Mesmo sem ceder à pressão, Lula conseguiu abrir o diálogo com Trump e ambos seguem em clima amigável desde encontro oficial na Malásia. 

A contraofensiva da direita veio com a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em mais de 100 mortos. Capitaneada pelo governador do RJ, Cláudio Castro (PL), a ação, que contou com 2,5 mil agentes de segurança nas ruas, ocorreu enquanto Lula estava incomunicável retornando da Ásia.

A megaoperação reabriu o diálogo entre o grupo de governadores de direita, do qual o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), faz parte. Segundo analistas políticos e aliados do grupo, a crise no Rio voltou a reforçar a pauta da segurança pública como uma das forças motrizes do discurso da direita, se distanciando de temas desgastados, como a anistia política aos condenados do 8 de janeiro, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

LEIA MAIS: Crise no Rio abre brecha para governadores da direita retomarem coalizão

O resultado político da operação foi claro: Cláudio Castro viu sua aprovação saltar para 53%, um crescimento de 10 pontos percentuais, após reviver o discurso de morte aos bandidos e alegar que não tem apoio do Governo Federal, o que foi posteriormente desmentido pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

LEIA MAIS: Aprovação de Castro como governador sobe a 53%; desaprovação fica em 40%

A equipe de comunicação de Lula agora tenta correr atrás do prejuízo com campanhas publicitárias que tratam do combate ao crime organizado, em especial em ações de inteligência que descapitalizam as organizações criminosas a partir de seus núcleos financeiros. O Planalto também aproveitou o ensejo para colocar em evidência a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, cujo objetivo é ampliar o papel do governo federal para formular políticas de segurança e dar mais instrumentos para que o consiga coordená-las. 

Nesse cenário da polarização, para Juarez Costa, há possibilidade de Lula se eleger ainda no primeiro turno. A hipótese de que a disputa seja levada para uma segunda rodada, segundo ele, depende da quantidade de candidatos que irão pulverizar os votos. Juarez é pessoalmente favorável a uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, partido para o qual o deputado mato-grossense também pretende migrar, mas alerta que Lula será um oponente "complicado" se a extrema-direita não rever suas estratégias. 

"Um cara que saiu da cadeia, virou candidato e ganhou eleição, está no governo, não vai enfrentar a máquina e ainda o adversário ajudando, é
complicado", afirmou.

 

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