O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que não foram feitas novas ordens de serviço à empreiteira HB20 Construções após a deflagração da Operação Perfídia, baseada em uma denúncia do gestor apontando o suposto pagamento de propina aos vereadores para beneficiar a empresa, responsável pelas obras do segundo lote do Contorno Leste, em votações na Câmara. A investigação da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) cita Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) como os parlamentares que receberam R$ 250 mil da HB20. Ambos foram afastados. Abilio disse que ainda não obteve acesso aos autos.
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"A denúncia que eu fiz, ela pode ter se desenvolvido melhor junto da polícia. Eu não tomei conhecimento de como ela se desenvolveu diante da polícia. Eu tomei conhecimento daquilo que foi feito a denúncia. A denúncia é uma denúncia séria e ela tem que ser apurada. Se a polícia encontrou indícios, eu acredito que é uma avaliação dela poder compartilhar esses dados. Até o momento eu não tive acesso aos dados da investigação", falou o prefeito nesta segunda-feira (5).
O inquérito da Deccor detalha que o esquema girou em torno da votação do reparcelamento das dívidas do Executivo municipal, durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Após a aprovação da mensagem de Emanuel pelo plenário, a HB20 recebeu R$ 4,8 milhões.
Ao assumir como prefeito, uma das primeiras medidas de Abilio foi determinar uma auditoria no contrato com a empreiteira. Abilio notificou a empresa, exigindo que fossem apresentados relatórios sobre os serviços prestados e pendências. O prefeito também solicitou que os engenheiros estipulassem um cronograma estimando a entrega do segundo lote da via. O prefeito garantiu que depois do impasse, nenhuma ordem de serviço foi emitida no CNPJ da HB20.
"A gente não emitiu mais nenhuma ordem de serviço para a HB20. A gente não emitiu mais nenhuma ordem de serviço para aquelas empresas", expôs o prefeito.