Por g1 Centro-Oeste de Minas — Formiga
Foto-G1 Globo
A Polícia Civil investiga a morte do professor Jhonathan Silva Simões, de 31 anos, assassinado com seis tiros na porta de casa, em Formiga (MG), no dia 29 de maio.
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O principal suspeito do crime é o ex-noivo da vítima, o vereador de Araújos Lucas Coelho (PSD), de 33 anos, que se entregou à polícia na quarta-feira (5). Contra ele já havia um mandado de prisão preventiva.
Em contato com o g1, o advogado Alexandre Simão, que defende o vereador, disse apenas que ele decidiu se entregar após a ordem de prisão, mas não informou se ele confessou ou negou o crime. "Assim que nosso cliente teve conhecimento do mandado de prisão, ele se entregou espontaneamente".
A seguir, veja ponto a ponto o que se sabe e o que falta saber sobre o crime.
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Professor Jonathan Silva Simões (à esquerda) foi assassinado em Formiga; suspeito do crime é o vereador de Araújos, Lucas Lucas Coelho (à direita) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O crime
Jhony foi morto a tiros no dia 29 de maio, quando chegava em casa após o trabalho, no Bairro Sagrado Coração de Jesus, em Formiga (MG).
Segundo o primo de Jhony, Junio Pablo de Moura, imagens de câmeras de segurança — as quais o g1 não teve acesso — mostram que o atirador esperava por ele havia cerca de 45 minutos. A vítima foi atingida por seis disparos feitos pelas costas. O autor fugiu logo em seguida, com o rosto coberto.
A Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, informou inicialmente que a suspeita era de motivação passional. A Polícia Civil ainda não divulgou oficialmente a motivação do crime nem confirmou se o suspeito confessou, mas adiantou que ele deve responder por homicídio qualificado.
“As câmeras mostram que o criminoso já estava esperando desde 17h30. Então ele veio por trás e atirou pelas costas. Foram seis tiros. Depois entrou no carro e fugiu. O criminoso estava de boné, com o rosto coberto. Mas a gente sabe que foi o Lucas, por todo o histórico, por tudo que meu primo viveu, pelos trejeitos do homem na imagem e por ele estar sumido desde o crime.”
A prisão do vereador
Lucas se apresentou espontaneamente na Delegacia Regional de Bom Despacho no dia 5 de junho, acompanhado de um advogado. Ele estava com mandado de prisão preventiva em aberto. Desde o crime, não havia sido visto publicamente.
A polícia ainda não divulgou se o vereador foi interrogado e o conteúdo do depoimento. Também não foi informado se ele será encaminhado a audiência de custódia ou se permanecerá preso até o fim do processo.
Na quarta-feira (4), antes da prisão, a Câmara Municipal de Araújos divulgou nota informando que não havia sido oficialmente notificada sobre qualquer investigação envolvendo o parlamentar. O texto dizia ainda que "não havia elementos formais que justificassem qualquer providência institucional" naquele momento.
Após a prisão de Lucas Coelho, o g1 procurou novamente a Câmara para saber se haverá posicionamento atualizado, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O relacionamento
Jhony e Lucas tiveram um relacionamento de cerca de um ano, que foi encerrado em fevereiro de 2025. Segundo o primo da vítima, o vínculo começou de forma tranquila, mas evoluiu para uma relação abusiva. Lucas teria perseguido, ameaçado e até roubado o celular do ex-companheiro para vasculhar conversas.
Medida protetiva negada
Jhony chegou a solicitar uma medida protetiva, alegando perseguições e ameaças, mas o pedido foi negado pela Justiça. Segundo o primo, o motivo alegado foi que “a medida era destinada a mulheres”.
O g1 fez contato com a Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Justiça de Minas Gerais para saber sobre a medida protetiva negada, mas não tinha recebido retorno até a última atualização desta reportagem.