Goiânia – Após quase um mês de investigação, o serial killer Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, foi indiciado por feminicídio, estupro, ocultação de cadáver e furto qualificado. Segundo o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde, Adelson Candeo, o primeiro inquérito, que confirma a participação do homem na morte de Elisângela da Silva Souza, de 26 anos, foi concluído nessa terça-feira (7/10).
A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo próprio investigador. Agora, o caso segue para o Ministério Público de Goiás (MPGO), que decidirá se Rildo será formalmente denunciado como réu pelos crimes cometidos.
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Se condenado pelos crimes contra Elisângela, o suposto serial killer poderá cumprir até 66 anos de prisão, segundo Candeo, considerando também agravantes previstos na lei, como violência contra a vítima e motivo torpe.
Apesar do indiciamento, a Polícia Civil ainda conduz outras 17 investigações contra o possível serial killer, por crimes cometidos em Goiás e na Bahia. Segundo Candeo, apenas em Goiás são 11 crimes atribuídos a Rildo, incluindo três feminicídios, dois desaparecimentos, sete estupros ou tentativas de estupro, uma morte suspeita por incêndio, um latrocínio tentado e dois roubos.
Feminicida confesso
- Rildo Soares dos Santos é natural da Bahia e morava em Rio Verde (GO). Após a prisão pela morte de Elisângela, ele confessou a morte dela e de outras duas mulheres, Monara Pires e Alexânia Hermógenes Carneiro.
- Em entrevista coletiva, realizada no dia 29 de setembro, o delegado Adelson Candeo afirmou que considera Rildo um “criminoso em série”.
- “O FBI e outras instituições entendem que um criminoso em série é a partir de três vítimas com as mesmas características, dissimulação, falta de empatia, falta de remorso e arrependimento, violência excessiva e piromania em alguns casos, modus operandis semelhantes. Então, consideramos sim um criminoso em série”, afirmou Candeo.
- Para Candeo, o homem exibia “uma fachada de normalidade”, porém, os crimes eram praticados com extrema violência, de madrugada, com o uso de fogo e o suspeito demonstra total falta de empatia e remorso com as vítimas.
Caso Elisângela
Elisângela da Silva Souza desapareceu no dia 11 de setembro, após sair para trabalhar às 4h, em Rio Verde, no sudoeste goiano. Câmeras de segurança registraram o suspeito ao lado da vítima, forçando que ela o acompanhasse até um terreno baldio.
Em depoimento, Rildo afirmou que, naquele momento, o plano era apenas roubar a jovem, mas Elisângela conseguiu desarmá-lo e o feriu com um golpe de faca no braço. Diante disso, tudo mudou. Após o ataque, Rildo estuprou, matou e desfigurou a vítima, enterrando-a parcialmente e deixando-a semi-nua em um terreno baldio.
Em seguida, ele foi flagrado por câmeras de segurança deixando o local sozinho. Ele levou o celular da vítima. O delegado acredita que o furto tenha ocorrido para satisfazer o costume de guardar um “souvenir”, um lembrete do episódio violento que foi escondido, junto com outros itens, sob o colchão onde Soares dormia.
O corpo de Elisângela foi encontrado na Avenida 75, esquina com a Rua 20, no Bairro Popular. O cadáver estava ao lado de pertences e acabou identificado pelas roupas com as quais a vítima aparecia nas imagens coletadas.
Contou detalhes
Assim que soube da movimentação policial, Rildo Soares retornou ao local para acompanhar o trabalho da perícia. Ficou entre populares, do outro lado da rua, mas foi reconhecido por um policial, quando tentou fugir a pé antes de ser alcançado e preso.
No primeiro depoimento, Rildo negou o estupro, mas, dias depois, laudos periciais confirmaram o abuso, seguido de feminicídio, ocultação de cadáver e furto qualificado. Em depoimento na Casa de Prisão Provisória (CPP), o suspeito confessou e detalhou como foi a abordagem à vítima.