Um professor de Educação Física de uma escola da rede privada em Primavera do Leste (a 250 Km de Cuiabá) foi preso preventivamente após ser acusado de importunação sexual contra um estudante de 15 anos. O educador teria enviado ao adolescente, por meio do WhatsApp, uma tabela contendo ilustrações e descrições de diferentes tipos de órgãos genitais masculinos, com conotações sexuais explícitas.
O conteúdo compartilhado incluía cinco categorias distintas, cada uma com nomes e descrições sugestivas. Entre os termos utilizados estavam: “anão bravo”, “torre de Pisa”, “martelo de Thor”, “bambu” e “miojo cru”. As descrições faziam referência ao formato e ao tamanho dos órgãos, com linguagem de cunho sexual.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp
A primeira classificação, o “anão bravo”, era descrita como um órgão grosso, porém curto, que “quando entra, já preenche tudo”. Em seguida, o “torre de Pisa” era caracterizado por ter “altura, mas inclina para a esquerda”, sendo definido como “um charme torto”.
O “martelo de Thor” aparecia como tendo “uma cabeça gigante e corpo fino”, com a observação de que “o peso todo está na ponta”. O “bambu” era descrito como “comprido, mas com grossura que não acompanha o tamanho”. Já o “miojo cru” era apresentado como algo que “entra duro”, mas a continuação da descrição foi interrompida, impossibilitando a leitura completa.
Os pais do adolescente encontraram as mensagens no celular do filho e levaram o caso à Delegacia da Mulher do município. A delegada responsável pela investigação, Lícia Juliane, relatou como o material foi recolhido.
“Peguei o celular do menor, fiz os prints das conversas e, com autorização dos pais, encaminhei o aparelho para extração de dados”, contou a delegada.
Após a denúncia, o professor foi desligado da instituição de ensino. A Justiça decretou sua prisão preventiva, e o mandado foi cumprido em Uberlândia (MG), onde o professor acompanhava a equipe de vôlei da escola durante uma competição nacional.
“Decidimos que o melhor momento seria quando ele retornasse, pois após a prisão o prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias”, explicou a delegada em entrevista à imprensa.
Apesar da estratégia inicial, a prisão foi realizada ainda em território mineiro por agentes locais. Lícia Juliane destacou que o caso foi tratado com discrição, considerando a notoriedade do professor, que atuava há mais de uma década na escola.
“Como era um caso de grande repercussão, por se tratar de um professor muito conhecido e há 13 anos na escola, tomamos o cuidado de manter tudo sob sigilo”, afirmou.
A delegada também aproveitou para alertar os pais sobre a importância de supervisionar o uso de dispositivos móveis e redes sociais por crianças e adolescentes.
“Hoje, toda criança de cinco anos tem um celular. É preciso ficar atento ao que elas estão vendo e com quem estão conversando. Os filhos dão indícios quando algo errado está acontecendo”, disse. “A culpa nunca é da criança nem do jovem, mas do adulto que se aproveita da vulnerabilidade deles”, completou.