Terra
Foto-ANSA Brasil
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Um ataque contra um funeral na cidade de El-Obeid, palco mais recente da sangrenta guerra civil no Sudão, deixou pelo menos 40 pessoas mortas.
A informação foi divulgada pelo Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), que não confirmou a data do massacre nem apontou culpados, embora as suspeitas recaiam sobre o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), que trava um conflito de mais de dois anos contra as Forças Armadas sudanesas.
As RSF vêm tentando conquistar terreno na região de Cordofão, onde fica El-Obeid e que abriga grandes reservas de petróleo no Sudão central. "A situação de segurança em Cordofão continua piorando", alertou o Ocha em um comunicado, pedindo "uma imediata cessação das hostilidades".
A guerra no país africano começou em abril de 2023, quando as RSF tomaram a capital Cartum, recentemente reconquistada pelo Exército, em meio a uma disputa de poder entre os generais Abdel Fattah al-Burhan, comandante das Forças Armadas, e Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como "Hemedti", líder do grupo paramilitar.
As RSF ajudaram Burhan a dar um golpe de Estado em 2021, porém os dois lados entraram em guerra após a resistência de Hemedti em incorporar a milícia ao Exército do Sudão. O conflito já deixou cerca de 150 mil mortos e forçou mais de 13 milhões de pessoas a fugir de casa, em meio a uma indiferença generalizada da comunidade internacional.
Mais recentemente, as RSF capturaram a cidade de El-Fasher, último bastião das Forças Armadas na desértica região de Darfur, palco de genocídios no passado, e começaram a preparar uma ofensiva em Cordofão.
Pessoas obrigadas a fugir de El-Fasher nos últimos dias relataram assassinatos em massa e estupros em grupo por parte da milícia, que teria suporte financeiro e militar dos Emirados Árabes Unidos, embora o país negue envolvimento no conflito.
Além de Darfur, no oeste do Sudão, as RSF controlam porções do sul, enquanto as Forças Armadas têm sob seu poder o norte, o leste e a maior parte do centro do país, incluindo a costa do Mar Vermelho e as margens do Rio Nilo.
Os Estados Unidos, em meio aos esforços do presidente Donald Trump para ganhar o Nobel da Paz, apresentaram uma proposta de cessar-fogo, porém os detalhes da oferta são desconhecidos. "Mas a realidade é que a situação está muito complicada", admitiu a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na última terça-feira (4).


















