O governo do RJ estima que mais de 200 integrantes do Comando Vermelho conseguiram escapar do cerco da megaoperação Contenção, realizada na semana passada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. O cálculo foi feito pela CBN e é baseado nas informações enviadas pelo governador Cláudio Castro ao Supremo Tribunal Federal. A reportagem teve acesso à íntegra do relatório. Segundo o texto, cerca de 500 criminosos participaram dos confrontos com as forças de segurança durante o curso da operação contenção.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp
De acordo com o relatório encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas, 117 suspeitos foram mortos, 99 pessoas presas e 10 adolescentes apreendidos — o que deixa pelo menos 270 bandidos fora da conta oficial. As autoridades fluminenses não detalharam quantos desses fugitivos seguem escondidos nas comunidades da região ou se houve dispersão para outras áreas do estado. No entanto, sabe-se que nenhum dos três chefes do tráfico apontados como principais alvos da Operação Contenção foi preso.
No balanço da operação enviado ao STF, o governo do Rio também reduziu o número de presos. Antes, eram 113 bandidos. Agora, segundo contagem revisada, são 99.
A investigação identificou que o grupo é comandado por Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, com o apoio de Carlos da Costa Neves, o Gadernal, e Washington César Braga da Silva, o Grandão ou Síndico. Segundo o relatório enviado ao STF, eles comandam o tráfico em diversas comunidades do Complexo da Penha, como Feira, Paz, Sereno, Chatuba, Vila Cruzeiro, Caracol e Caixa d’Água, e são apontados como integrantes de alto escalão do Comando Vermelho.
A Operação Contenção foi considerada a mais letal da história do país, com 121 mortos ao todo, incluindo quatro policiais. O governo sustenta que a ação teve como objetivo conter o avanço territorial do Comando Vermelho, que hoje domina mais da metade das áreas sob controle de grupos armados na Região Metropolitana do Rio.
No documento ao STF, Castro afirmou que as forças policiais enfrentam “desvantagem técnica e de armamento” diante das facções, e defendeu o uso proporcional da força. Segundo o relatório, os criminosos “empregaram elevado poder bélico”, com fuzis automáticos, armas de alta potência, granadas, explosivos e drones lançando cargas explosivas.
A ofensiva mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de drones, helicópteros e 32 blindados. O governo afirma que a operação seguiu os princípios da legalidade e da proporcionalidade, e que o uso da força se limitou a armamentos institucionais.
Ainda não há estimativa oficial sobre o paradeiro dos criminosos que conseguiram escapar do cerco.


















