O juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, que por mais de 40 anos utilizou a identidade fictícia de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, tornou-se réu na Justiça Eleitoral sob acusação de realizar "voto plural". A denúncia aponta que o magistrado manteve intencionalmente uma dupla inscrição eleitoral e dupla inscrição no CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).
O MPE (Ministério Público Eleitoral) denunciou José Eduardo pelos crimes previstos no artigo 289, que diz respeito a inscrever-se fraudulentamente, e no artigo 309, que trata sobre votar mais de uma vez. O processo eleitoral apurou que ele votou em duplicidade, usando os dois nomes, em diversos pleitos.
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De acordo com as investigações, o juiz teria votado pelo menos duas vezes em cada turno nas Eleições Gerais de 2022 e, novamente, votado mais de uma vez no primeiro turno das Eleições Municipais de 2024, utilizando os dois títulos de eleitor que possuía.
Fraude desvendada
A farsa só foi totalmente desvendada em outubro de 2024, quando o magistrado tentou obter uma segunda via de RG em um Poupatempo em São Paulo. O sistema de comparação de impressões digitais constatou que as impressões digitais do nome fictício, Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, batiam com as de José Eduardo Franco dos Reis.
A polícia confirmou, em contato com a National Crime Agency do Reino Unido, que a identidade britânica, que ele alegava ser descendente de "nobres britânicos", nunca teve registro nos sistemas ingleses.
Além da fraude eleitoral, José Eduardo também é réu na Justiça Comum pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica. Ele chegou a usar um passaporte com o nome falso para deixar o país após a fraude ser descoberta. O caso corre sob segredo de justiça.