O mercado spot de algodão em pluma apresentou maior movimentação nos últimos dias, com intensificação nas negociações tanto à vista quanto nos contratos a termo. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o cenário tem sido impulsionado pelo interesse de compradores e vendedores em fechar negócios diante de expectativas de curto prazo mais atrativas para o mercado interno.
De acordo com pesquisadores do Cepea, o avanço das negociações ocorre em paralelo à retração nos preços médios do algodão em pluma, reflexo direto da menor paridade de exportação. Essa paridade tem se mantido nos mesmos níveis registrados em maio de 2024, o que reduz a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional e favorece as vendas domésticas.
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Apesar do recuo nas cotações, o ambiente de negócios segue ativo, impulsionado por contratos a termo que voltaram a ganhar ritmo. Esses contratos têm sido uma alternativa para mitigar riscos diante das oscilações cambiais e da instabilidade nas cotações externas, principalmente em um momento de margens mais estreitas para exportadores.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em oito dias, registrou queda acumulada de 3% na primeira dezena de agosto. Ainda assim, a média apurada pelo índice segue 8% acima da paridade de exportação, o que reforça a atratividade das vendas no mercado interno.
Além da questão da paridade, o cenário cambial também tem influenciado a tomada de decisão dos agentes. A valorização do real frente ao dólar ao longo das últimas semanas contribuiu para a perda de competitividade do algodão brasileiro no exterior, pressionando ainda mais os preços voltados à exportação.
Com isso, a tendência para os próximos dias é de que o foco das negociações continue no mercado doméstico, especialmente se a paridade externa não apresentar recuperação significativa. O Cepea segue acompanhando de perto os movimentos de oferta, demanda e preços, com atenção especial ao comportamento dos agentes diante do novo patamar de paridade.
