O preço da soja disponível em Mato Grosso caiu 10,97% em relação ao ano passado. A retração reflete o excesso de oferta no estado e os impactos das disputas comerciais entre China e Estados Unidos.
Segundo informações do Boletim Informativo do IMEA, a saca da soja fechou a última semana de outubro a R$ 118,72 em Mato Grosso. A queda acentuada frente ao mesmo período de 2024 é explicada principalmente pelo recorde de produção estadual, aliado à pressão das cotações na bolsa de Chicago (CME Group), afetadas pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias globais.
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Apesar da baixa, o mercado encontra sustentação parcial no aumento da demanda chinesa. O apetite da China pela soja brasileira elevou os prêmios portuários, como o de Santos, que saltou de ¢US$ 31,00/bu para ¢US$ 179,80/bu — um aumento anual de 480%. “Esse movimento tem amenizado os efeitos negativos sobre o mercado interno”, destaca o boletim.
O diferencial de base MT-CME, indicador que mede a diferença entre os preços internos e os de Chicago, registrou queda de 55,38% na comparação semanal. Já a paridade de exportação para março de 2026 recuou 0,46%, atingindo R$ 102,96/sc, pressionada pela valorização do real frente ao dólar.
Os derivados também apresentaram oscilações relevantes. O farelo de soja subiu 4,11% em Chicago, influenciado pelas expectativas de acordo entre EUA e China, sendo negociado a US$ 287,81/t. No mercado mato-grossense, o farelo valorizou 1,52%, encerrando a semana a R$ 1.512,91/t. Já o óleo de soja teve comportamento oposto: queda de 0,64% no estado, com média de R$ 6.658,72/t, puxada pela demanda enfraquecida.
O cenário de incertezas persiste. Caso um acordo comercial entre Washington e Pequim se concretize, a demanda pode migrar novamente para o produto norte-americano, o que traria novas pressões sobre os preços brasileiros. Por outro lado, a manutenção da tensão pode beneficiar o Brasil com prêmios ainda mais altos.
A perspectiva para os próximos dias dependerá fortemente dos desdobramentos políticos e comerciais no cenário internacional. Com o dólar oscilando e o clima favorável à colheita nos EUA, os produtores mato-grossenses devem manter atenção redobrada à dinâmica externa, buscando travar preços em momentos estratégicos.
 
 
			
			
			
		 
			 
			 
			 
                 
                 
     
     
     
     
    
 
  
  
 












