As exportações do Brasil para a China somaram US$ 47,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, uma queda de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2024, o pior desempenho desde 2015. Segundo dados do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o movimento contrasta com o avanço das importações vindas do país asiático, que cresceram 22% e bateram recorde para o período, totalizando US$ 35,7 bilhões.
O saldo comercial entre os dois países, ainda positivo, caiu para US$ 12 bilhões, o menor desde 2019 e praticamente a metade do superávit registrado no mesmo intervalo do ano passado. Ainda assim, o valor representou 40% do superávit total da balança comercial brasileira no período. O cenário reforça a relevância do mercado chinês, mas indica aumento da dependência de produtos industrializados de alto valor agregado.
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Apesar da concentração das exportações em commodities, houve avanços expressivos em segmentos industriais. Destaque para o salto de 10 vezes nas exportações de torneiras para canalizações (US$ 37 milhões), além do crescimento das vendas de dispositivos para aquecimento (20 vezes), centrífugas (16 vezes) e aferidores de gases (35 vezes). Também foram embarcados US$ 6,7 milhões em compostos de metais de terras raras, mais que o triplo de todo o volume exportado em 2024.
Do lado das importações, o Brasil aumentou significativamente as compras de produtos siderúrgicos da China, incluindo laminados planos de aço (quatro vezes mais), fios-máquinas (triplo), barras de ferro (dobro) e semimanufaturados de aço (22 vezes). As importações de carros híbridos chineses cresceram 52% no semestre, com picos em junho — reflexo da estratégia de antecipação de embarques diante da elevação gradual das tarifas sobre veículos eletrificados. Entre os estados, o Rio de Janeiro liderou as exportações, com 15,7% do total, enquanto São Paulo concentrou 31% das importações.