A produção chinesa de carnes bateu recorde no primeiro semestre, impulsionada principalmente por aves e bovinos, segundo dados do Ministério da Agricultura e de Assuntos Rurais da China, compilados pelo DATAGRO. No período, a produção de carne bovina alcançou 3,42 milhões de toneladas, enquanto aves chegaram a 12,7 milhões de toneladas. A carne suína retomou alta, contribuindo com cerca de 30% do aumento total, enquanto aves representaram mais de 60%. Cortes ovinos seguiram em queda. A carne bovina se destacou com preços em recuperação, indicando demanda interna estável.
O excesso de oferta é desafio tradicional no mercado chinês, principalmente para suínos. Mesmo com controle mais rígido de matrizes, a produção segue avançando, pressionando preços pagos aos produtores. As autoridades anunciaram endurecimento da regulamentação. O setor avícola, mais fragmentado, enfrenta maior dificuldade de controle, mantendo pressão de excesso de oferta e queda de preços. Esse quadro também explica a demora na retomada das importações de frango brasileiro, suspensas mesmo após o país recuperar status livre de gripe aviária.
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Para a carne bovina, o cenário é diferente: oferta total estável e preços em alta. O avanço da produção está ligado à desaceleração do setor leiteiro e ao descarte de matrizes, aumentando volumes de abate. As importações registraram a primeira alta do ano em junho, sinalizando redução da pressão sobre compras externas de cortes.
O quadro abre perspectivas favoráveis para o Brasil. A investigação chinesa de salvaguarda sobre carne bovina pode resultar em taxação baixa ou cota elevada e não exclusiva, reforçando a competitividade da proteína brasileira. Isso aumenta a expectativa de retomada das exportações ao gigante asiático no segundo semestre, consolidando o país como fornecedor estratégico no maior mercado mundial de carnes.