Mesmo ocupando apenas 10% do território nacional, a Caatinga foi responsável por até 50% do sequestro de carbono no Brasil entre 2015 e 2022, segundo estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicado pelo Jornal da Unesp em 28 de julho de 2025. A pesquisa aponta o bioma semiárido como protagonista na mitigação das mudanças climáticas, evidenciando sua importância ecológica e climática, especialmente em períodos de maior incidência de chuvas. 

Utilizando imagens de satélite e indicadores ecológicos, os pesquisadores demonstraram que a vegetação nativa da Caatinga tem alta capacidade de capturar CO2, mesmo em regiões áridas. Na Bahia, estado com a maior área contínua do bioma, os resultados reforçam o papel estratégico do ecossistema na regulação climática e na conservação de recursos hídricos, beneficiando as bacias hidrográficas e a estabilidade dos solos.

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Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) da Bahia têm atuado como espaços de integração entre sociedade civil, poder público e usuários da água para fortalecer ações de sustentabilidade. Para Ismael Medeiros, vice-presidente do CBH do Rio Paraguaçu, o estudo reforça a importância da gestão integrada dos recursos naturais. Já Suely Argôlo, presidente do CBH do Rio Salitre, lembra que “preservar a Caatinga é também preservar as bacias hidrográficas e garantir a disponibilidade hídrica”. 

“A pesquisa traz evidências científicas que fortalecem o que já percebemos na prática que preservar a Caatinga é também preservar as bacias hidrográficas e garantir a disponibilidade hídrica. No nosso Comitê do Salitre temos um lema que é ‘A Caatinga em pé’ para que possamos sempre lembrar de lutar e preservar este bioma tão importante para nossa bacia e região ”, aponta.