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VIOLÊNCIA QUE ESCALA

HNT TV: "Uma pequena parcela dos feminicídios é premeditado", aponta perita criminal

Conforme Gigi Barreto, os agressores dão indícios bem antes de cometer os assassinatos por meio de ameaças, violência financeira ou física

Conteúdo Hipernotícias
DA REDAÇÃO

A perita criminal aposentada, Gigi Barreto, traçou ao HNT TV Entrevista o perfil dos feminicidas. Durante sua carreira, Gigi atuou em casos em que as vítimas se tornaram estáticas de crimes cruéis. Ela aponta que em 90% dos casos, a violência não começou no momento que implicou no assassinato, mas a violência começou antes com ameaças, deixando as vítimas em cárcere psicológico; violência financeira, amarrando a mulher à dependência do companheiro; ou na violência física em sessões de espancamento. Mas diferente do que muitos pensam, as execuções - nem sempre - são premeditadas. 

"Ela já vem sofrendo algum tipo de violência e em determinado momento a coisa esquenta tanto que o cara vem e tira a vida da mulher", falou a perita. 

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A SESP-MT aponta que 83% das vítimas foi morta dentro de casa

Gigi é maranhense, mas trabalhou como perita no Tocantins, onde se aposentou. Há cerca de cinco meses em Mato Grosso, ela lamenta o número elevado de feminicídios que já viu serem noticiados. Segundo ela, não há como definir um padrão da forma como as mulheres são mortas pois tudo depende do cenário em que a vítima é o agressor estão. 

"O que a gente vê como padrão é arma branca (faca) e a arma de fogo. Mas como aquilo ali se dá, depende muito da crueldade daquele agressor e a intensidade vivida naquela momento. As pessoas imaginam que todo feminicídio é premeditado. Não, uma pequena parcela que é premeditado. nem sempre. É na hora daquele calor do momento", detalhou a perita.

CENÁRIO PREOCUPANTE

Mato Grosso encerrou 2024 com o maior índice de feminicídios do país, segundo o relatório da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) e da Polícia Civil. Foram 47 mulheres assassinadas, o que representa uma taxa de 2,5 casos por 100 mil mulheres. A maioria das vítimas foi morta dentro de casa (83%), geralmente por parceiros ou ex-companheiros, confirmando o caráter doméstico e recorrente da violência de gênero no estado.

O levantamento mostra ainda que 85% das vítimas tinham entre 18 e 39 anos e 76% possuíam alguma renda própria, o que indica que o problema atinge mulheres de diferentes perfis sociais.

O levantamento mostra ainda que 85% das vítimas tinham entre 18 e 39 anos

Em 2024, os crimes deixaram 89 filhos órfãos, muitos deles expostos diretamente às situações de violência. Apesar da gravidade, a Polícia Civil informou ter esclarecido todos os casos, com 73% dos autores presos, mas a prevenção ainda é o ponto mais frágil — apenas uma das vítimas tinha medida protetiva em vigor.

Para as autoridades, o desafio está em romper o ciclo de silêncio e fortalecer a rede de proteção às mulheres. O governo afirma que tem ampliado as ações de conscientização e a estrutura das Delegacias da Mulher, mas especialistas apontam que o feminicídio em Mato Grosso segue sendo impulsionado por machismo estrutural, controle e posse masculina sobre a vida das vítimas.

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