As cotações internacionais do Enxofre vivem uma escalada sem precedentes neste ano, alterando a dinâmica de custos da indústria de fertilizantes e pressionando toda a cadeia de fosfatados. O insumo, essencial para a produção de ácido sulfúrico, já registra altas expressivas desde o início de 2025, com preços que mais do que dobraram em relação ao ano anterior. 

De acordo com análise de Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado, o movimento começou ainda no início do ano. Em janeiro de 2024, o enxofre era negociado próximo de US$ 100 por tonelada. No mesmo período de 2025, os valores já partiam de US$ 180 por tonelada no mercado CFR Brasil. Na semana passada, algumas ofertas chegaram a US$ 440 por tonelada, representando um aumento superior a 130% no acumulado do ano.

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O desequilíbrio entre oferta e demanda explica parte dessa disparada. A Rússia, tradicional exportadora do produto, reduziu fortemente sua produção após paradas de unidades da Gazprom. Com isso, o volume disponível no Mar Báltico e no Mar Negro caiu de forma significativa. O país passou de exportador a importador, provocando uma disfunção no mercado global e ampliando a escassez. 

Essa mudança tem impacto direto sobre o mercado de fosfatados, já que o enxofre é matéria-prima essencial para a fabricação de ácido sulfúrico, reagente usado na conversão da rocha fosfática em fósforo assimilável pelas plantas. O encarecimento do insumo eleva os custos de produção de fertilizantes como SSP, TSP, MAP e DAP, afetando as margens da indústria e, potencialmente, os preços ao produtor rural.

“Nosso objetivo é entender os reais impactos disso para a cadeia. Isso é o que tenho levado nessas últimas rodadas que tenho feito, sobretudo no MT. O estado já comprou cerca de 20% das necessidades de fertilizantes para 2026/27”, conclui.