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Cassação de Cláudio Castro

TSE marca julgamento decisivo para 4 de novembro

De acordo com a acusação, o objetivo seria reforçar o capital político do governador em meio à disputa eleitoral de 2022, em que Castro foi reeleito ainda no primeiro turno com ampla vantagem.

Administração

 

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para o dia 4 de novembro o julgamento que pode levar à cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O processo, que será relatado pela ministra Isabel Gallotti, coloca novamente em evidência uma das ações mais polêmicas do cenário político fluminense nos últimos anos, envolvendo supostas contratações irregulares no Ceperj durante o período eleitoral de 2022.

O caso tem potencial para redefinir o cenário político do Rio de Janeiro e reacender o debate sobre o uso da máquina pública em campanhas eleitorais. Caso o TSE acate o pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), Castro pode ser afastado do cargo, o que abriria uma nova disputa política no estado — e poderia impactar alianças nacionais dentro do Partido Liberal (PL).

Cassação de Cláudio Castro: entenda o caso no TSE

O processo que pode levar à cassação de Cláudio Castro é um recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que havia absolvido o governador e outros acusados de irregularidades na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro).

Segundo o MPE, o governo fluminense teria utilizado contratações temporárias sem respaldo legal durante o período eleitoral, beneficiando candidatos aliados e obtendo vantagem política indevida nas urnas. As investigações apontam para um suposto uso da estrutura do Ceperj e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para fins eleitorais, com a criação de cargos e pagamentos vinculados a programas sociais.

De acordo com a acusação, o objetivo seria reforçar o capital político do governador em meio à disputa eleitoral de 2022, em que Castro foi reeleito ainda no primeiro turno com ampla vantagem.

TSE avaliará se houve abuso de poder político e econômico, crimes que podem resultar na cassação do mandato e na inelegibilidade do governador por até oito anos.

O papel do TSE e o que será julgado

A relatora do caso no TSE, ministra Isabel Gallotti, será responsável por apresentar o relatório e o voto inicial do processo. O julgamento deve avaliar se a decisão anterior do TRE-RJ — que absolveu o governador por falta de provas suficientes — será mantida ou revertida.

No recurso, o Ministério Público Eleitoral argumenta que as contratações no Ceperj representaram um desvio de finalidade, pois teriam sido executadas sem critério técnico e com objetivos eleitoraisalém disso, os promotores destacam a suposta falta de transparência nos pagamentos e a ausência de controle efetivo sobre os beneficiários dos programas.

O ponto central da análise do TSE será determinar se as ações do governo estadual violaram o princípio da isonomia eleitoral, favorecendo o então candidato Cláudio Castro. Caso o tribunal reconheça a infração, o governador poderá perder o mandato e ser tornado inelegível.

Ceperj e as contratações sob suspeita

Ceperj — Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos — foi o epicentro das denúncias que levaram à ação movida pelo MPE. Segundo as investigações, o órgão teria realizado milhares de contratações temporárias às vésperas das eleições de 2022, com base em projetos sociais e educacionais.

Contudo, o Ministério Público identificou pagamentos sem controle de frequênciaausência de comprovação de atividades efetivas e até transferências em espécie, o que levantou suspeitas de que parte dos valores teria sido redirecionada para fins eleitorais.

O caso ficou conhecido nacionalmente como o “escândalo do Ceperj”, e chegou a ser comparado, por analistas políticos, a outros episódios históricos de uso indevido de fundos públicos para obtenção de apoio político.

O TRE-RJ, porém, considerou que não havia provas suficientes para afirmar que Cláudio Castro teve participação direta ou conhecimento das irregularidadesAgora, o TSE revisará essa decisão.

Cláudio Castro nega irregularidades e fala em “confiança na Justiça”

O governador Cláudio Castro tem reiterado que todas as ações do seu governo seguiram os trâmites legais e que as contratações no Ceperj foram voltadas a políticas públicas legítimas, sem vínculo com a campanha eleitoral.

Em manifestações recentes, Castro afirmou estar tranquilo e confiante na Justiça, destacando que o próprio TRE-RJ reconheceu a ausência de provas concretas sobre sua responsabilidade direta no caso.

Aliados próximos do governador avaliam que o julgamento no TSE será mais técnico do que político, e que a defesa deverá insistir na tese de que o Ministério Público não conseguiu comprovar benefício eleitoral direto.

Contudo, analistas políticos apontam que o clima no TSE está mais rigoroso em relação a casos de abuso de poder político, especialmente após decisões recentes que cassaram mandatos em diferentes estados.

O que acontece se o TSE cassar o mandato de Cláudio Castro

Caso o TSE vote pela cassação de Cláudio Castro, o Rio de Janeiro entrará em um novo ciclo de instabilidade política.

Se o TSE mantiver a decisão do TRE-RJ, o governador continua no cargo até 2026, fortalecendo sua posição dentro do PLpartido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e consolidando-se como uma das principais lideranças da direita fluminense.

Impactos políticos e repercussões nacionais

O julgamento da cassação de Cláudio Castro tem implicações que vão além do Rio de Janeiro. O governador é considerado um dos principais aliados de Jair Bolsonaro, e sua permanência ou eventual afastamento pode alterar o equilíbrio político da direita no Sudeste.

Além disso, o resultado poderá influenciar estratégias partidárias para as eleições municipais de 2026, em especial nas capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

PL, partido de Castro, acompanha o caso de perto, temendo um possível efeito dominó que atinja outras lideranças regionais investigadas por suposto uso indevido de recursos públicos.

Cenário jurídico: o que dizem especialistas

Juristas ouvidos pela imprensa avaliam que o caso tem grande complexidade jurídica, pois envolve a fronteira entre gestão pública e conduta eleitoral.

Segundo o advogado eleitoral Carlos Mendes, o julgamento no TSE “vai testar até que ponto o tribunal entende que a utilização de programas sociais ou contratações públicas pode configurar abuso de poder”.

Já a professora Mariana Souto Maior, especialista em direito constitucional, acredita que o TSE tende a manter o rigor das decisões recentes, que têm reforçado o princípio da moralidade administrativa.

Em ambas as leituras, o caso Cláudio Castro é visto como um marco jurisprudencial para futuras disputas eleitorais.

Expectativas para o julgamento e próximos passos

O julgamento da cassação de Cláudio Castro no TSE será acompanhado de perto por juristas, políticos e pela sociedade fluminense.

O caso será pautado no plenário físico do tribunal, e a expectativa é que o julgamento se estenda por mais de uma sessão, dado o volume de documentos e a importância política do tema.

Analistas apontam que, independentemente do resultado, a decisão terá impacto duradouro sobre a relação entre gestão pública e campanhas eleitorais, servindo como referência para governadores e prefeitos em todo o país.

O futuro político de Cláudio Castro em jogo

O julgamento marcado pelo TSE pode se tornar um divisor de águas para a carreira política de Cláudio Castro e para o próprio Rio de Janeiro.

Entre a absolvição definitiva e a cassação com perda de mandato, o tribunal decidirá não apenas o destino de um governador, mas também os limites entre ação administrativa e abuso de poder eleitoral.

Enquanto o processo avança, Castro tenta manter sua imagem de gestor equilibrado, reforçando alianças políticas e defendendo-se publicamente. O desfecho do caso será acompanhado com atenção por todo o país — e pode redefinir o mapa político do Brasil.

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