O Tribunal do Júri da comarca de Água Boa (730 km de Cuiabá) condenou, na última quinta-feira (24), Carlos Eduardo Oliveira Fernandes a 17 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e por integrar organização criminosa. Além da prisão, ele deverá pagar 20 dias-multa e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Carlos Eduardo foi o único pronunciado e condenado no processo. Os demais denunciados, entre eles um adolescente, foram impronunciados por falta de provas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, o crime ocorreu em novembro de 2024, em Cocalinho. A vítima, Diogo Rosendo Sousa, teria procurado drogas para consumo quando foi abordada por integrantes do Comando Vermelho, que o confundiram com membro de uma facção rival. Ele foi levado a uma residência e executado em um “tribunal do crime”, prática de facções para punir supostos inimigos.
Durante o julgamento, a promotora de Justiça substituta Bruna Caroline de Almeida Affornalli ressaltou a dor da família da vítima, cujo corpo nunca foi localizado.
— Temos uma mãe que até hoje busca a certidão de óbito do filho. Ele era de Brasília e veio a Cocalinho para trabalhar por um mês. Infelizmente, foi confundido com um integrante do PCC e acabou sendo morto em razão de uma suposta rivalidade entre facções — afirmou.
A Defensoria Pública chegou a pedir aos jurados o reconhecimento da semi-imputabilidade do réu, mas o Conselho de Sentença rejeitou o pedido por falta de laudo médico que comprovasse a alegação.