Por Redação-CBN
Foto-Coast Reporter
A Justiça francesa libertou de forma supervisionada ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que estava detido desde o final do mês de outubro. A decisão ocorre após um parecer favorável à libertação por parte do Ministério Público.
Segundo decisão do MP, ele foi liberado com imposição de supervisão judicial por outros meios, juntamente com a proibição de contato com qualquer outra pessoa envolvida no caso, caso do ministro da Justiça, Gérald Darmanin, além de deixar a França.
Sarkozy ficará sob 'supervisão judicial' até que o recurso da sua defesa seja julgado. O tribunal de Paris concluiu que 'não havia risco de ocultação de provas, pressão ou conluio', tornando a 'detenção continuada injustificada'.
O advogado do ex-presidente, Christophe Ingrain, disse que a decisão era o primeiro passo sobre o caso e que o seguinte era o 'julgamento do recurso'.
Durante a audiência nesta segunda-feira (10), Sarkozy foi questionado sobre suas atividades profissionais e viagens, o que pode sugerir que essa questão também poderá fazer parte da ordem judicial.
Nas suas alegações, o ex-presidente francês teria lamentado que sua vida na prisão fosse 'difícil, muito difícil', enquanto insistia mais uma vez em sua inocência.
'Jamais confessarei algo que não fiz', disse ele, acrescentando que continua sua luta 'para que a verdade prevaleça'.
'Amo meu país, minha família está na França, luto para que a verdade prevaleça', acrescentou, ainda prestando uma 'homenagem' aos funcionários da prisão 'que demonstraram uma humanidade excepcional e tornaram este pesadelo suportável'.
Entenda prisão de Sarkozy
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Nicolas Sarkozy chega para a prisão na França. — Foto: JULIEN DE ROSA / AFP
Nicolas Sarkozy teve condenação de cinco anos de prisão. Ele foi considerado parcialmente culpado pelo pacto de corrupção com o governo do falecido ditador da Líbia Muammar Gaddafi para receber financiamento para a campanha eleitoral presidencial francesa de 2007.
O ex-presidente teria recebido milhões de euros para colaboração na campanha em troca de apoiar também o governo africano. O regime líbio solicitou favores diplomáticos, jurídicos e comerciais.
Entre as propostas estavam de ajudar na imagem mundial de Muammar. O governo dele foi marcado por abusos nos direitos humanos e também por possível envolvimento de atentados contra aviões em Níger e na Escócia.
Em 2007, o recém-eleito Sarkozy recebeu Gaddafi em Paris, sendo o primeiro líder ocidental a recebê-lo em uma visita de Estado completa desde o congelamento das relações na década de 1980 devido ao seu status de pária como patrocinador do terrorismo de Estado.
A acusação ainda colocava ele como culpado de outros crimes, mas que não foram confirmados durante julgamento. Ele foi absolvido por corrupção passiva e financiamento ilegal de campanha.
A todo momento, Sarkozy negou qualquer irregularidade. Ele afirmou que deve apelar de forma imediata a decisão.
Além dele, mais 11 pessoas foram condenadas. Entre eles estão o aliado Claude Guéant e o ex-ministro Brice Hortefeux. Ambos teriam colaborado em diversas transferências em dinheiro e ajuda a autoridades da Líbia.
Este é o maior julgamento por corrupção enfrentado por Sarkozy, 70 anos, que foi presidente da França de 2007 a 2012. Ele já foi condenado por corrupção e tráfico de influência em tentativas ilegais de obter favores de um juiz; e também por ocultar gastos excessivos ilegais na eleição presidencial de 2012.
Nas duas condenações ele recorreu.
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Sarkozy chega para veredito de tribunal. — Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

















