O juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá adiou uma audiência de instrução após o ex-deputado estadual Joaquim Sucena Rasga apresentar atestado médico comprovando ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico no início de outubro deste ano. A decisão, desta sexta-feira (24), acolheu o pedido de redesignação em razão do quadro clínico grave e imprevisível.
Joaquim Sucena é acusado de ter recebido “mensalinho” na gestão do governador Silval Barbosa entre fevereiro de 2003 e janeiro de 2007 no valor total de R$ 1,92 milhão. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pede que o ex-parlamentar seja condenado a devolver aos cofres públicos o montante atualizado de R$ 15 milhões.
De acordo com a ação, os valores vieram de desvios de recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), realizados por meio de contratos simulados com empresas de diversos setores, como gráficas, construtoras e firmas de tecnologia da informação. As empresas contratadas devolviam entre 15% e 25% dos valores recebidos, e até 50% nos aditivos, que eram entregues a Silval e ao então deputado José Riva, responsáveis por repassar as quantias a Sucena e aos demais parlamentares que participavam do esquema.
De acordo com os autos, o neurologista responsável atestou em 20 de outubro de 2025 que o requerido está impossibilitado de “comparecer e colaborar em audiências judiciais” pelo prazo estimado de seis meses.
“Verificada a gravidade e imprevisibilidade do quadro de saúde do único requerido no presente processo, o pleito de redesignação merece ser acolhido”, destacou Marques.
Com o deferimento, a audiência de instrução anteriormente marcada para 22 de outubro de 2025 foi remarcada para o dia 6 de maio de 2026.














