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Sábado, 17 de Maio de 2025, 10h:55 - A | A

OPERAÇÃO BARRIL VAZIO

Esquema milionário em MT usou nome de mulher morta há mais de 50 anos

Identidade de mulher morta em 1969 foi usada para simular patrimônio e liberar benefícios fiscais a empresa de combustíveis

Conteúdo Hipernotícias

Uma mulher que morreu em 1969 teve sua identidade usada como se ainda estivesse viva para sustentar um esquema fraudulento milionário envolvendo a empresa EGCEL/NEOVG, formuladora de combustíveis em Mato Grosso. A informação foi revelada pelo Ministério Público do Estado (MPMT) durante a terceira fase da Operação Barril Vazio, deflagrada na última sexta-feira (16), com apoio da Delegacia de Crimes Fazendários (Defaz) e da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).

Segundo as investigações, o grupo criminoso criou uma identidade falsa usando o nome de Genny Ferreira Milan, já falecida há mais de cinco décadas. A organização forjou documentos com base em registros antigos e não digitalizados da Receita Federal e de cartórios, aproveitando a ausência de sistemas informatizados na época.

Com esses dados, os suspeitos simularam que a empresa havia recebido três fazendas como parte do seu capital social. Na prática, as propriedades nunca foram transferidas legalmente nem pertenceram de fato à empresa. O objetivo era criar uma aparência falsa de que a EGCEL/NEOVG tinha um grande patrimônio.

Essa "fachada" foi essencial para que o grupo conseguisse autorizações e benefícios fiscais junto ao Estado, mesmo sem possuir os ativos necessários. O Ministério Público estima que o esquema possa causar um prejuízo superior a R$ 500 milhões por ano aos cofres públicos.

A Operação Barril Vazio segue em andamento para identificar todos os envolvidos e desarticular o núcleo financeiro e documental da organização criminosa.

'BETO LOUCO' 

Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”, é apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso como o principal articulador do esquema de fraudes revelado na Operação Barril Vazio. Atuando nos bastidores, ele seria o estrategista responsável por montar estruturas empresariais falsas, movimentações societárias fictícias e operações simuladas que permitiram ao grupo burlar o fisco e obter autorizações regulatórias de forma ilícita.

Segundo as investigações, Roberto controlava parte significativa do capital da NEOVG Derivados de Petróleo por meio de fundos de investimento compostos por laranjas e empresas interligadas. O nome dele também aparece em apurações e reportagens que o apontam como o “mentor intelectual” de outras fraudes no setor de combustíveis, inclusive ligadas à empresa COPAPE, investigada em São Paulo.

Há ainda indícios de uma possível ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme apontado em investigações e reportagens sobre os esquemas no setor de combustíveis paulista.

 

 

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