O advogado Rodrigo da Costa Ribeiro, preso em flagrante nesta quarta-feira (3) em Cuiabá durante a Operação Efetá, que apura esquema ligado ao Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso, atuaria como interlocutor oficial, estrategista jurídico e operador financeiro da facção. Segundo a Polícia Civil, ele não apenas defendia membros da organização, mas desempenhava papel central na gestão de recursos ilícitos, resolução de conflitos internos e até na execução da "cartilha" disciplinar do grupo criminoso.
Conhecido entre os próprios integrantes como “Doutor”, Rodrigo era referência para figuras como “Lajota”, Augusto Barbosa e “Pinguim”, que o procuravam para “interceder em conflitos internos, cobranças e execuções da cartilha da facção”. O auto de infração aponta que ele orientou a ativação da empresa Granja Starck, identificada como fachada para lavagem de dinheiro.
Sua ligação seria tão próxima às lideranças que ele atuava como elo entre núcleos estratégicos da facção. A polícia constatou contato direto com Washington, Evilene, Juniel e, principalmente, com Greicy Kelly, companheira de Jonas “Batman”, conselheiro foragido do CV. Após a fuga de Batman do condomínio Brasil Beach, em Cuiabá, Rodrigo tentou cadastrá-lo como visitante no prédio e foi flagrado exibindo tornezeleira, símbolo de lealdade e pertencimento à organização.
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Em outubro de 2025, ele reforçou publicamente sua ligação com a facção ao divulgar, em grupo de WhatsApp de moradores, a música Coração Vermelho, que exalta a história, líderes e valores do Comando Vermelho, como “disciplina”, “lealdade” e “não trair”. A postagem, feita logo após operações policiais no Rio de Janeiro, foi classificada como apologia à organização criminosa.















