Um superiate avaliado em mais de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) do bilionário russo Suleiman Kerimov, aliado do presidente Vladimir Putin, está sendo leiloado nos Estados Unidos após ser apreendido em 2022.
A embarcação, que tem 106 metros e é chamada de Amadea, foi confiscada em Fiji pelas autoridades norte-americanas em meio a sanções internacionais impostas a oligarcas russos, segundo o próprio Departamento de Justiça dos EUA.
O Amadea, construído sob medida pela renomada empresa Lurssen, é uma verdadeira mansão flutuante.
Equipado com heliporto, piscina de borda infinita, jacuzzi, academia, dois spas, salão de beleza, adega, forno de pizza e até uma enfermaria, o iate pode acomodar 16 hóspedes em oito luxuosas cabines e suporta uma tripulação de 36 pessoas.
Detalhes como um piano de cauda, bares com iluminação especial, elevadores e acabamentos em mármore e ouro complementam o cenário de opulência.
Apreensão e sanções
A apreensão do navio ocorreu em abril de 2022, no âmbito da Operação KleptoCapture, uma força-tarefa do Departamento de Justiça dos EUA, já dissolvida, criada para confiscar bens de oligarcas russos sancionados após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Kerimov, conhecido como o “Gatsby russo” e sancionado pelos EUA desde 2018 por sua proximidade com Putin, foi identificado como o verdadeiro proprietário do iate, apesar de outra figura, Eduard Khudainatov, ex-chefe da estatal russa Rosneft, ter reivindicado a posse.
Atualmente atracado em San Diego, na Califórnia, o Amadea será leiloado pela National Maritime Services, uma empresa sediada em Fort Lauderdale, Flórida. Os lances, que devem ser feitos de forma lacrada, serão aceitos até 10 de setembro, com um depósito inicial exigido de US$ 10 milhões (cerca de R$ 55 milhões).
“Este é talvez o navio mais espetacular, exigente e belo que qualquer um de nós jamais verá. Uma oportunidade como esta é extremamente rara”, afirmou Bob Toney, presidente da empresa, em comunicado divulgado pelo canal de notícias norte-americano NBC News.
A manutenção do superiate, no entanto, tem sido um desafio para as autoridades norte-americanas. Documentos judiciais apontam que os custos mensais giram em torno de US$ 600 mil.
Além disso, as despesas também são engordadas pelos seguros, que custam cerca de US$ 144 mil mensais, e por taxas ocasionais de docagem, avaliadas em US$ 178 mil, totalizando cerca de US$ 32 milhões em despesas desde a apreensão, segundo a NBC News.
O governo dos EUA tenta responsabilizar Khudainatov por esses custos, alegando que sua tentativa de reivindicar o navio atrasou o processo de leilão.
A venda do Amadea é amparada por uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA em 2024, que permite a comercialização de bens russos apreendidos para financiar assistência humanitária à Ucrânia.