O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é um 'ditador porque concentra poder', reafirmando uma crítica feita por outros países mundialmente. Ele, entretanto, criticou a ideia de chamar o venezuelano de narcotraficante.
'Não há provas na Colômbia de que ele seja um narcotraficante. Essa é uma narrativa dos EUA'.
A afirmação, feita nas redes sociais, foi em resposta a uma publicação que criticou Petro por reclamar do novo presidente do Chile, José Antonio Kast, e não criticar Maduro. Os líderes colombiano e venezuelano estão sofrendo com constantes ameaças dos Estados Unidos recentemente de invasão por terra contra o tráfico de drogas.
Gustavo Petro reafirmou as críticas a Kast, dizendo que ele é 'filho de nazistas e simpatizante deles'.
'Ele pertence à geração alemã que fugiu da Alemanha não para se salvar de Hitler, mas para se salvar da derrota de Hitler, o que é muito, muito diferente'.
Petro, considerado um aliado de Maduro, propôs no mês passado um 'governo de transição compartilhado' na Venezuela para resolver a crise que o país atravessa e também evitar a intervenção americana, denunciada por Caracas após o envio de forças aéreas e navais dos EUA para as águas do Mar do Caribe sob o pretexto de combater o narcotráfico.
Trump admite, pela primeira vez, que EUA querem petróleo, terras e 'outros bens' da Venezuela
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Nicolás Maduro e Donald Trump. — Foto: AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu ao falar que a Venezuela está cercada pela 'maior armada já reunida na história da América do Sul' que o foco da ação no Caribe não é apenas contra o narcotráfico, como foi revelado inicialmente.
Segundo Trump escreveu em sua rede social Truth Social, o exército americano permanecerá na região 'até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram'. Ele continua dizendo que o governo 'ilegítimo' de Maduro usa isso para financeira narcotráfico, tráfico de pessoas, sequestros e assassinatos.
'Pelo roubo de nossos bens e por muitos outros motivos, incluindo terrorismo, tráfico de drogas e tráfico de pessoas, o regime venezuelano foi designado como uma organização terrorista estrangeira. Portanto, hoje, estou ordenando um bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela. Os imigrantes ilegais e criminosos que o regime de Maduro enviou para os Estados Unidos durante o fraco e inepto governo Biden estão sendo devolvidos à Venezuela em ritmo acelerado. Os Estados Unidos não permitirão que criminosos, terroristas ou outros países roubem, ameacem ou prejudiquem nossa nação e, da mesma forma, não permitirão que um regime hostil se apodere de nosso petróleo, terras ou quaisquer outros bens, os quais devem ser devolvidos aos Estados Unidos imediatamente', completou.
Na última semana, foi dito que Trump não está 'interessado em uma guerra prolongada' com a Venezuela. Essa é a afirmação da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante uma coletiva de imprensa.
Segundo ela, isso 'definitivamente não está nos planos do presidente' e o que ele quer é 'a paz'.
Apesar disso, ao ser questionada sobre o aumento do destacamento americano no Caribe, ela defendeu nessa quinta-feira (11), afirmando que Trump está focado em evitar 'o tráfico de drogas ilegais para os Estados Unidos, que tira a vida de centenas de milhares de americanos'.
Leavitt ainda disse que o tema está na pauta do presidente americano 'todos os dias' e que cada ataque a um barco é uma forma de evitar o deslocamento de drogas para os EUA.
Em meio a isso, os Estados Unidos trocaram o chefe do Comando Sul, o destacamento das Forças Armadas americanas voltadas para a América do Sul, Caribe e América Central. A mudança ocorre em meio a crise com a Venezuela ganhando novos contornos.
O novo chefe será o Evan L. Pettus, atual vice-comandante militar, indicado pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, ou seja, pelo governo Trump. Ele irá assumir o lugar de Alvin Holsey, indicado por Joe Biden e que anunciou aposentadoria depois de sair do cargo.
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Presidente dos EUA, Donald Trump. — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
A expectativa, segundo a imprensa americana, é que as ações na região próxima da Venezuela se aprofundem ainda mais com esse novo nome, até por ser uma pessoa mais alinhada com a política para a região do governo.
Em meio a isso, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu mais detalhes sobre a ligação que teve com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo ele, a conversa ocorreu nessa terça-feira (11) e foi marcada pelo apoio ao país da América Latina.
'Hoje recebi uma ligação em russo. Tive uma longa conversa com nosso irmão mais velho, amigo e homem corajoso, o presidente Vladimir Putin da Rússia. Ele me disse, entre muitas outras coisas: Quero expressar minha admiração pelo exemplo de coragem do povo venezuelano diante das circunstâncias que tiveram que enfrentar', contou.
Maduro ainda complementou afirmando que Putin prometeu 'apoio incondicional' na busca da 'soberania e paz'.
Um comunicado divulgado pelo Kremlin disse que o presidente russo reafirmou seu apoio e expressou solidariedade ao povo venezuelano diante da 'crescente pressão externa'.
'Vladimir Putin expressou sua solidariedade ao povo venezuelano e reafirmou seu apoio à política do governo Maduro, que visa proteger os interesses nacionais e a soberania diante da crescente pressão externa', afirmou o texto.
Foi destacado que Putin reafirmou seu apoio ao seu homólogo e aos seus esforços para consolidar a paz, a estabilidade política, o desenvolvimento econômico e a proteção social do povo venezuelano. Ele também enfatizou que os venezuelanos merecem respeito absoluto por sua legítima luta em defesa de sua soberania e independência.
Na mesma conversa, Maduro contou que marcou um encontro de alto nível Rússia-Venezuela em Caracas em 2026, e o presidente russo prometeu comparecer.
















