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Ofensiva de Israel

Mesmo com repatriação, governo Lula manda duro recado a Israel

Grupo de brasileiros cruzou a fronteira entre a Faixa de Gaza com Israel e deve chegar ao Brasil nesta quinta-feira (22/5)

Metrópoles
Foto-Metrópoles

 

 

Brasileiros e familiares que ainda estavam na Faixa de Gaza desembarcam no Brasil nesta quinta-feira (22/5), após uma operação coordenada pelas diplomacias brasileira, israelense e jordaniana. Ainda assim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não poupou críticas ofensiva promovida pela administração de Benjamin Netanyahu no enclave palestino.

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Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro voltou a condenar, “nos mais fortes termos”, ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. A ação militar terrestre em grande escala começou no último dia 14 de maio, junto de uma intensa campanha aérea.

 

A estimativa é de que mais de 300 pessoas tenham morrido desde então, além de um deslocamento forçado que ultrapassou a casa de 60 mil pessoas.

Na declaração oficial, o governo Lula ainda criticou diretamente o premiê de Israel. Dias após o endurecimento da violência em Gaza, Benjamin Netanyahu disse que a nova operação tem como objetivo a tomada do controle total do enclave palestino.

 

“Ao deplorar a declaração do Primeiro-Ministro de Israel de que o país ‘assumirá o controle’ de toda a Faixa de Gaza, o Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional. O Brasil reafirma, ainda, que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados”, disse um trecho do comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.

No fim da nota, o governo Lula ainda pediu o fim da guerra entre Israel e Hamas, e o retorno dos reféns que ainda estão sob o domínio do grupo terrorista após serem sequestrados em 7 de outubro de 2023. Sem, no entanto, citar a organização palestina.

 

Tom de manifestações oficiais tem incomodado Israel

A nova manifestação do governo brasileiro sobre a guerra na Faixa de Gaza, onde mais de 55 mil palestinos já foram mortos desde outubro de 2023, segue a linha de outras declarações oficiais anteriores.

Posicionamentos que tem repercutido negativamente no âmbito diplomático, e até mesmo pegado autoridades israelenses de surpresa.

 

Foi o caso de uma nota divulgada pelo Itamaraty em março deste ano, a respeito da morte de um adolescente brasileiro de 17 anos em uma prisão de Israel.

Na época, fontes diplomáticas israelenses revelaram ao Metrópoles que o assunto foi discutido por representantes de Brasília e Tel Aviv, em um tom mais ameno do que a declaração oficial publicada posteriormente.

Assim como declarações do presidente Lula, que chegou a ser considerado persona non grata após comparar os ataques israelenses em Gaza com o Holocausto de judeus, os comunicados incomodam por citar, em sua maioria, apenas Israel – deixando de lado as ações do grupo Hamas.

Reflexos da tensão na prática

Em meio a instabilidade na relação entre Brasília e Tel Aviv, a embaixada de Israel no Brasil vive momentos de incerteza.

Desde janeiro, o governo Netanyahu indicou o diplomata Gali Dagan para assumir a embaixada israelense, após a aposentadoria do atual chefe da missão, Daniel Zonshine, prevista para julho.

Quatro meses se passaram desde então, sem que o governo brasileiro aprove o agrément – consentimento para um diplomata assumir uma embaixada – do nome escolhido para chefiar a representação israelense em Brasília.

 

Caso um embaixador não seja definido até a aposentadoria de Zonshine, a relação entre Brasília e Tel Aviv pode ser rebaixada ainda mais. Isso porque a embaixada do Brasil em Israel está sem um representante de primeiro escalão desde o último ano, quando o então chefe da missão diplomática foi chamado de volta pelo governo Lula após o episódio envolvendo a comparação do presidente dos ataques em Gaza com o Holocausto.

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