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ONG denuncia

Israel usa munições dos EUA para atacar abrigos escolares em Gaza

Relatório da Human Rights Watch afirma que mais 800 palestinos foram mortos em ações israelenses em escolas

 
Foto-CNN Brasil
 

O exército israelense usou munições americanas “ilegal e indiscriminadamente” para atacar abrigos escolares em Gaza, matando centenas de pessoas, afirma a ONG HRW (Human Rights Watch).

A campanha de Israel após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 deixou a grande maioria dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza desabrigados — forçando muitos a fugir de seus bairros em busca de infraestrutura civil.

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Israel tem afirmado frequentemente que seus ataques a instalações escolares em Gaza têm como alvo combatentes do Hamas incorporados.

Mas a HRW afirmou ter encontrado apenas sete casos em que os militares publicaram detalhes de supostos militantes mortos — e destacou dois ataques, que mataram quase 50 pessoas, nos quais não encontraram evidências de qualquer alvo militar.

Tais ataques violariam o direito internacional, pois escolas e outras instalações educacionais são objetos civis e protegidas de ataques, afirmou.

Elas perdem essa proteção quando usadas para fins militares ou são ocupadas por forças militares. Mas o uso de escolas para abrigar civis não altera seu status legal.

A ONG pediu aos Estados Unidos e a outros governos que suspendessem as vendas de armas a Israel, dado o “risco claro” de que armas possam ser usadas para cometer ou facilitar “violações graves” do direito internacional humanitário.

O fornecimento de armas aos israelenses por Washington tornou os americano “cúmplices” do uso legal, disse o grupo.

“Os ataques israelenses contra escolas que abrigam famílias deslocadas oferecem uma janela para a carnificina generalizada que as forças israelenses realizaram em Gaza”, disse Gerry Simpson, diretor associado de crise, conflito e armas da HRW, no relatório. “Outros governos não deveriam tolerar esse massacre horrendo de palestinos apenas em busca de segurança”, acrescentou.

As IDF (Forças de Defesa de Israel) afirmaram que “operam exclusivamente com base na necessidade militar e em estrita conformidade com o direito internacional”.

“Deve-se enfatizar que o relatório ignora descaradamente o padrão sistemático do Hamas de incorporar ilegalmente seus ativos militares, incluindo armas e munições, em, abaixo e nas proximidades de áreas civis densamente povoadas, e explora cinicamente a infraestrutura civil para fins terroristas”, acrescentaram as IDF.

Os militares afirmaram que tomam “precauções viáveis” para mitigar os danos aos civis o máximo possível e “lamenta qualquer dano causado a civis não envolvidos”.

 
Ataque de Israel a escola que abrigava deslocados no centro de Gaza • 6/6/2024 REUTERS/Abed Khaled
Ataque de Israel a escola que abrigava deslocados no centro de Gaza • 6/6/2024 REUTERS/Abed Khaled

Ataques israelenses a abrigos escolares em Gaza mataram pelo menos 836 palestinos e feriram outras 2.527 pessoas até 18 de julho, informou a HRW, citando o OCHA (Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários) da ONU.

A ONG investigou dois desses ataques nos quais identificou o uso de munições americanas. A agência afirmou ter analisado imagens de satélite, fotos e vídeos dos ataques e suas consequências, bem como mídias sociais e entrevistas com testemunhas oculares.

CNN já havia noticiado o uso de armamento americano em ataques mortais e entrou em contato com o Departamento de Estado para obter comentários sobre a reportagem da HRW.

Em 27 de julho de 2024, o exército israelense lançou pelo menos três ataques contra a escola feminina Khadija em Deir Al-Balah, no centro de Gaza. Pelo menos 15 pessoas foram mortas.

Em 21 de setembro, Israel atacou a escola Al-Zeitoun, no norte do território palestubi. Pelo menos 34 pessoas morreram.

Gaza tornou-se inabitável

As alegações coincidiram com os repetidos alertas de direitos humanos de que os 22 meses de bombardeios e cercos de Israel tornaram grande parte do território inabitável.

A HRW afirmou que os ataques a abrigos escolares reduziram o acesso a refúgios, agravaram os desafios da reconstrução e interromperam a educação de uma população pré-guerra de mais de 2,2 milhões de pessoas — metade delas com menos de 18 anos.

Pelo menos 97% das escolas em Gaza sofreram danos, informou o Grupo de Educação liderado pelo UNICEF em agosto. Os esforços para reconstruir as casas destruídas em Gaza podem levar até 2040, afirmou a ONU em maio.

O nível de destruição é tão extenso que exigiria assistência externa em uma escala não vista desde 1948, acrescentou a agência.

Pelo menos 61.158 palestinos foram mortos em Gaza, informou o Ministério da Saúde local na quarta-feira (6). Pelo menos 193 pessoas morreram de fome, incluindo 96 crianças, acrescentou o ministério.

Um estudante palestino contou à CNN que os dias passados na universidade foram substituídos por uma luta brutal pela sobrevivência, deslocamentos repetidos e fome severa.

“A guerra chegou e destruiu tudo”, disse Raghad Ezzat Hamouda, de 20 anos, à CNN na quarta-feira. “Perdi minhas ambições e sonhos”, acrescentou Hamouda, que está deslocado com nove familiares em Tal Al-Hawa, no centro de Gaza. “Gaza se tornou inabitável. Não há casas, escolas, universidades, infraestrutura... Apenas cinzas.”

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