Cerca de 80% das plantações de café foram perdidas em cidades do Sul de Minas após uma forte chuva com granizo no último final de semana. Os prejuízos e as estratégias para recuperar os grãos começaram nesta segunda-feira (28).
Em Monte Santo de Minas, de acordo com a Defesa Civil Municipal, a tempestade durou cerca de 40 minutos, atingindo mais da metade das plantações da cidade. Dezenas de lavouras de café foram atingidas. O temporal ocorreu em meio ao período de colheita e pegou produtores de surpresa.
Apesar de cerca de 95% da colheita anual já ter sido realizada, a principal preocupação agora é sobre a safra do próximo ano. Com as plantas danificadas, o desenvolvimento dos novos grãos pode ser comprometido, como explica o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí, Marcelo Reis Pereira.
"Agora, as lavouras mais atingidas provavelmente terão uma safra muito baixa no ano que vem. As lavouras com danos medianos devem sofrer uma redução superior a 50% na colheita. Já as lavouras atingidas apenas por pedras pequenas precisam ser avaliadas mais de perto. Vamos precisar realizar pulverizações para controlar doenças, o que resultará em uma perda de produtividade de cerca de 20% a 30% no próximo ano", afirma.
Problemas além do café
Além do café, as pedras de gelo também causaram prejuízos em outras culturas. O engenheiro agrônomo Marcelo Reis Pereira explica que plantações de tomate e batata também registraram perdas significativas.
"No caso das lavouras de tomate, muitas haviam sido recém-plantadas, então perdeu-se tudo. Vai ser necessário replantar. O pessoal costuma plantar agora, no finalzinho de julho, justamente para evitar o risco de geada. Essas lavouras que estavam no primeiro ou segundo amarrilho, com mudas transplantadas para o campo há menos de 20 dias, terão que ser todas replantadas. Já a batata está em fase final de ciclo, mas mesmo assim deve registrar perdas entre 20% e 30%", detalha.
Segundo a Defesa Civil, a área urbana da cidade de Monte Santo de Minas, onde foram registradas as maiores perdas, não teve registros de danos. Os esforços de monitoramento se concentram agora nas zonas rurais.
Além disso, os contratos futuros de café arábica iniciaram a semana com alta nos preços de 2,64% na bolsa de Nova York, refletindo preocupações com as condições climáticas no Brasil, o maior produtor de arábica do mundo. A informação é da Revista Globo Rural.