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Carne bate R$ 150 o kg nos EUA

Culpa da seca, México e tarifaço ao Brasil

Culpa da seca, México e tarifaço ao Brasil

 
 
CNN 
Foto-Agro em Campo

Mudanças climáticas, restrições ao México e tarifaço contra o Brasil atingiram em cheio um dos símbolos gastronômicos dos Estados Unidos: a carne bovina. O impacto dessa trinca começa a ser percebido pelo consumidor: o produto atingiu o maior preço da história nos EUA.

 

Os últimos dias foram duros para os norte-americanos. A pesquisa mensal de inflação revelou que a carne para churrasco atingiu, na média nacional, US$ 11,875 a libra ou quase R$ 150 o quilo. Alta de 3,3% em um mês e salto de 9% em seis meses. 

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A carne moída – muito usada para hambúrgueres – seguiu a mesma tendência: aumento de 3,9% em julho e disparada de 15,3% em seis meses. O preço médio atingiu US$ 6,338 a libra ou R$ 75 o quilo.

 

A tempestade perfeita para a carne começou exatamente com o clima. Diferentes indicadores recentes mostram que a oferta de carne no mercado interno será a menor em pelo menos uma década. Em 12 de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu mais uma vez a expectativa para a produção doméstica.

 
O USDA estima que pecuaristas americanos devem produzir 25,9 bilhões de libras de carne bovina neste ano. O número é 1% menor que a previsão feita 30 dias antes e 4% menor que o estimado no início do ano.

As mudanças climáticas têm prejudicado duramente a pecuária dos EUA, que viu o número de animais nos pastos cair gradativamente nos últimos anos. Além disso, a seca reduz a produtividade de cada cabeça de gado.

"A produção de carne bovina foi reduzida devido à redução do abate de bovinos alimentados e não alimentados e aos animais que têm registrado peso menor", cita o relatório da semana passada.

 

Ao mesmo tempo, o tarifaço ao Brasil fez o USDA revisar para baixo a previsão de importação de carne.

Para 2025, a expectativa de entrada da carne importada caiu 1,9% em pouco mais de um mês – desde o anúncio das tarifas ao Brasil, em 9 de julho. O impacto maior será sentido em 2026, quando o USDA prevê importações 7,5% menores.

O relatório indica que a alíquota de 50% sobre produtos brasileiros reduzirá as importações dos EUA em cerca de 400 milhões de libras – 180 mil toneladas – só em carne bovina.

"As importações de carne bovina para 2025 são reduzidas para refletir os dados comerciais reportados durante o primeiro semestre do ano, bem como a redução dos embarques devido a tarifas mais altas, principalmente do Brasil. A redução também ocorre em 2026", cita o relatório da USDA.

 
 

Três dias depois, outro golpe veio do México. O governo dos EUA manteve as restrições à importação de gado do país vizinho devido à ocorrência da doença NWS (New World Screwworm) ou a "bicheira do Novo Mundo" em português. A NWS é uma praga considerada devastadora.

Em um boi, as larvas matam o animal e pode se propagar para aves e, em casos raros, atingir pessoas.

Essa restrição ao gado mexicano não é nova – foi anunciada em maio. Desde então, estão proibidas as importações de animais vivos, inclusive gado, do México.

Na semana passada, porém, ficou claro que a reversão da medida não será rápida. O Departamento de Agricultura dos EUA anunciou um amplo plano para tentar combater a NWS no país vizinho.

As iniciativas são de médio e longo prazo, inclusive com a construção de uma fábrica de moscas estéreis no Texas para tentar combater a propagação da doença no México.

 

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