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Armas estrangeiras

Crime organizado no Brasil utiliza armas de uso militar dos EUA, Alemanha e Bélgica

Estudo aponta que apreensões de armamentos de uso militar no Sudeste cresceram 11,4% entre 2019 e 2023

Administração

 

Um levantamento conduzido pelo Instituto Sou da Paz, com apoio da Swiss Network for International Studies, revelou um aumento de 11,4% nas apreensões de armas de uso militar na região Sudeste, berço de facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, entre 2019 e 2023.

De acordo com o estudo, apesar da maior parte das armas serem brasileiras, foi possível observar armamentos fabricados nos Estados Unidos, Alemanha e Bélgica.

“Porém, há uma importante quantidade de armas artesanais em circulação, o que implica desafios de preparo de agentes para a identificação desses armamentos e também fronteiriços, já que algumas dessas peças são originalmente de outros países”, pontua o Instituto.

No país todo, o número de apreensões desse tipo de armamento aumentou em 33,7% em quantidade - passando de 1.929 para 2.581, e sua proporção entre todas as armas de fogo apreendidas subiu de 1,7% para 2,4%.

 
 

“Embora sua participação seja menor, representando menos de 5% das apreensões, essas armas de alto poder de fogo exigem atenção especial devido à sua letalidade e à capacidade de ameaçar forças de segurança e dominar populações em áreas sob controle criminoso”, explica Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.

Estados

O campeão de apreensões das armas de fogo de estilo militar é o Rio de Janeiro, que desponta na liderança de apreensões, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Dentro do período estudado, o RJ foi o estado com maior salto nas apreensões deste tipo de arma com crescimento de 467% enquanto o estado do Rio de Janeiro presenciou um aumento de 32%.

Calibres

A pesquisa mostrou que os fuzis de calibres 5.56x45mm e 7.62x51mm foram responsáveis por três em cada quatro armas de estilo militar apreendidas. 

“Esse resultado não surpreende, já que ambos os calibres, amplamente utilizados por polícias e Forças Armadas e disponibilizados a civis nos últimos cinco anos, são predominantes no mercado legal doméstico, o que amplia as oportunidades de desvio para o uso criminoso”, pontua o estudo. 

Entre as submetralhadoras, chama atenção a concentração de armas artesanais. A prevalência desse tipo de armamento na região é maior em Minas Gerais e Espírito Santo, que concentram 83% de todas as apreensões desse tipo de arma — artesanais ou não — em todo o país.

As metralhadoras foram o armamento menos apreendido no período. Por serem de uso proibido para civis, sua principal via de acesso ao crime ocorre por meio de desvios de arsenais militares, tanto das Forças Armadas brasileiras quanto de forças de outros países da região.

Liberação

Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, ressalta que a pesquisa concluiu que o afrouxamento na regulação do controle de armas durante o governo Bolsonaro “abriu uma nova via para o crime organizado: mais barata, com aparência de legalidade e viabilizada pelo uso de laranjas na compra de fuzis”.

“Essa modalidade de desvio doméstico do mercado civil soma-se às fontes tradicionais, como os desvios das forças de segurança e o tráfico internacional”, afirma.

As liberações não apenas ampliaram o número de armas de fogo de propriedade privada — que saltaram de 1,3 milhão em 2018 para 2,9 milhões em 2022 — como também impulsionaram o desvio para o mercado ilegal.

Perguntas e respostas

Qual foi o aumento nas apreensões de armas de uso militar na região Sudeste entre 2019 e 2023?

Um levantamento do Instituto Sou da Paz revelou um aumento de 11,4% nas apreensões de armas de uso militar na região Sudeste entre 2019 e 2023.

Quais países fabricam as armas apreendidas no Brasil?

Embora a maioria das armas apreendidas seja brasileira, o estudo identificou armamentos fabricados nos Estados Unidos, Alemanha e Bélgica.

Quais desafios são enfrentados na identificação de armas artesanais?

O Instituto Sou da Paz aponta que há uma quantidade significativa de armas artesanais em circulação, o que dificulta a identificação por parte dos agentes de segurança e apresenta desafios nas fronteiras, já que algumas dessas armas são originalmente de outros países.

Qual foi o aumento total de apreensões de armamentos no Brasil?

No Brasil, o número de apreensões de armamentos de uso militar aumentou em 33,7%, passando de 1.929 para 2.581, e a proporção entre todas as armas de fogo apreendidas subiu de 1,7% para 2,4%.

Por que as armas de alto poder de fogo exigem atenção especial?

Apesar de representarem menos de 5% das apreensões, as armas de alto poder de fogo são consideradas perigosas devido à sua letalidade e à capacidade de ameaçar forças de segurança e dominar áreas controladas por organizações criminosas, conforme explica Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.

Qual estado brasileiro lidera as apreensões de armas de estilo militar?

O Rio de Janeiro é o estado que lidera as apreensões de armas de estilo militar, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. O RJ teve um aumento de 467% nas apreensões desse tipo de arma.

Quais calibres de fuzis foram mais apreendidos?

Os fuzis de calibres 5.56x45mm e 7.62x51mm foram responsáveis por três em cada quatro armas de estilo militar apreendidas, sendo amplamente utilizados por polícias e Forças Armadas e disponíveis a civis nos últimos cinco anos.

Onde estão concentradas as apreensões de submetralhadoras?

A concentração de apreensões de submetralhadoras artesanais é maior em Minas Gerais e Espírito Santo, que juntas concentram 83% de todas as apreensões desse tipo de arma no Brasil.

Por que as metralhadoras são menos apreendidas?

As metralhadoras são o armamento menos apreendido, pois seu uso é proibido para civis, e seu acesso ao crime ocorre principalmente por desvios de arsenais militares.

Qual foi a conclusão da pesquisa sobre o controle de armas durante o governo Bolsonaro?

Carolina Ricardo destacou que o afrouxamento na regulação do controle de armas durante o governo Bolsonaro facilitou o acesso ao crime organizado, permitindo a compra de fuzis de forma mais barata e com aparência de legalidade.

Como as liberações de armas impactaram o mercado ilegal?

As liberações aumentaram o número de armas de fogo de propriedade privada, que saltaram de 1,3 milhão em 2018 para 2,9 milhões em 2022, e também impulsionaram o desvio para o mercado ilegal.

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