Em uma entrevista à revista Vanity Fair, a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer seguir explodindo barcos no Caribe e Pacífico 'até que Maduro se renda'.
A afirmação, feita durante uma entrevista em novembro e divulgada agora, contradiz um pouco a posição oficial do governo americano de que os ataques contra barcos tem relação ao combate ao narcotráfico e não a mudança do regime.
Wiles completa, dizendo que há 'pessoas muito mais inteligentes do que eu nesse assunto dizem que ele vai se render'.
'Temos muita certeza de quem estamos atacando. Uma das grandes histórias não contadas do governo americano é o talento da CIA. E pode haver interesse em entrar em águas territoriais, o que temos permissão para fazer, porque eles estão navegando perto da costa para evitar serem pegos', continua.
Apesar disso, ela admite que atacar os alvos no continente venezuelano, o que representaria uma guerra, precisaria de uma aprovação do Congresso.
'Se ele autorizasse alguma atividade em terra, seria guerra, e precisaríamos do Congresso. Mas Marco [Rubio, secretário de Estado] e JD [Vance, vice-presidente], em certa medida, estão no Capitólio todos os dias, fazendo briefings'.
Na última semana, a porta-voz da Casa Branca disse que Trump não está 'interessado em uma guerra prolongada' com a Venezuela. Foi a afirmação de Karoline Leavitt, durante uma coletiva de imprensa.
Segundo ela, isso 'definitivamente não está nos planos do presidente' e o que ele quer é 'a paz'.
Apesar disso, ao ser questionada sobre o aumento do destacamento americano no Caribe, ela defendeu, afirmando que Trump está focado em evitar 'o tráfico de drogas ilegais para os Estados Unidos, que tira a vida de centenas de milhares de americanos'.
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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante discurso. — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Leavitt ainda disse que o tema está na pauta do presidente americano 'todos os dias' e que cada ataque a um barco é uma forma de evitar o deslocamento de drogas para os EUA.
Em meio a isso, os Estados Unidos trocaram na última semana o chefe do Comando Sul, o destacamento das Forças Armadas americanas voltadas para a América do Sul, Caribe e América Central. A mudança ocorre em meio a crise com a Venezuela ganhando novos contornos.
O novo chefe será o Evan L. Pettus, atual vice-comandante militar, que foi indicado pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, ou seja, pelo governo Trump. Ele irá assumir o lugar de Alvin Holsey, indicado por Joe Biden e que anunciou aposentadoria depois de sair do cargo.
A expectativa, segundo a imprensa americana, é que as ações na região próxima da Venezuela se aprofundem ainda mais com esse novo nome, até por ser uma pessoa mais alinhada com a política para a região do governo.
Em meio a isso, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu mais detalhes sobre a ligação que teve com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo ele, a conversa ocorreu nessa terça-feira (11) e foi marcada pelo apoio ao país da América Latina.
'Hoje recebi uma ligação em russo. Tive uma longa conversa com nosso irmão mais velho, amigo e homem corajoso, o presidente Vladimir Putin da Rússia. Ele me disse, entre muitas outras coisas: Quero expressar minha admiração pelo exemplo de coragem do povo venezuelano diante das circunstâncias que tiveram que enfrentar', contou.
Maduro ainda complementou afirmando que Putin prometeu 'apoio incondicional' na busca da 'soberania e paz'.
Um comunicado divulgado pelo Kremlin disse que o presidente russo reafirmou seu apoio e expressou solidariedade ao povo venezuelano diante da 'crescente pressão externa'.
'Vladimir Putin expressou sua solidariedade ao povo venezuelano e reafirmou seu apoio à política do governo Maduro, que visa proteger os interesses nacionais e a soberania diante da crescente pressão externa', afirmou o texto.
Foi destacado que Putin reafirmou seu apoio ao seu homólogo e aos seus esforços para consolidar a paz, a estabilidade política, o desenvolvimento econômico e a proteção social do povo venezuelano. Ele também enfatizou que os venezuelanos merecem respeito absoluto por sua legítima luta em defesa de sua soberania e independência.
Na mesma conversa, Maduro contou que marcou um encontro de alto nível Rússia-Venezuela em Caracas em 2026, e o presidente russo prometeu comparecer.
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Nicolás Maduro em aparição pública de evento na Venezuela. — Foto: Divulgação/Prensa Presidencial Venezuela
















