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Pela primeira vez em quase duas décadas, o aumento do número de fumantes no Brasil interrompe uma tendência histórica de queda e reacende o alerta entre autoridades de saúde, especialistas e organizações da sociedade civil. De acordo com a pesquisa Vigitel, divulgada pelo Ministério da Saúde, a proporção de adultos fumantes nas capitais brasileiras saltou de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024 — um crescimento de 25% em apenas um ano.
O dado é ainda mais alarmante entre as mulheres, cuja taxa passou de 7,2% para 9,8%, representando um crescimento de 36%. Especialistas avaliam o cenário como inédito e preocupante, não só pela volta do crescimento do tabagismo, mas também pelo aumento no uso de cigarros eletrônicos, cuja prevalência subiu de 2,1% para 2,6%, mesmo com a venda proibida no país.
"A data do Dia Nacional de Combate ao Fumo, neste 29 de agosto, foi uma oportunidade de chamar a atenção para os riscos do tabagismo e reforçar a importância de políticas públicas, prevenção e acolhimento a quem deseja parar de fumar", afirmou o médico Felipe Bruno Santos da Cunha.
O aumento do número de fumantes traz impacto direto na saúde pública. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 20% dos diagnósticos de câncer no Brasil estão diretamente relacionados ao consumo de produtos derivados do tabaco. Além disso, o cigarro continua sendo a principal causa evitável de morte, associado a doenças cardiovasculares, respiratórias e diversos tipos de câncer.
Diante do cenário, iniciativas comunitárias e religiosas têm ganhado destaque no apoio ao combate ao vício. Igrejas evangélicas, por exemplo, oferecem programas como o curso "Como Parar de Fumar em Cinco Dias", promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. A ação é gratuita e combina orientações de saúde com princípios bíblicos sobre o cuidado com o corpo.
A Missão Batista Cristolândia, que atua em diversas capitais, também acolhe pessoas que lutam contra o vício do cigarro, oferecendo apoio espiritual, psicológico e social. "Se o corpo é templo do Espírito Santo, precisamos cuidar dele e dar um bom exemplo", destaca o missionário Ananias Soares.
Para o pastor e psicanalista Gilson de Oliveira, abandonar o cigarro é um ato de fé. "O fumo fere o princípio divino de preservação da saúde. Parar de fumar é também um gesto de amor-próprio e reverência a Deus."
Com o aumento do número de fumantes, especialistas apontam que o desafio de combater o tabagismo vai além das campanhas médicas e precisa envolver educação, apoio emocional e espiritual, além de políticas públicas firmes.