Na madrugada do dia 10 de julho de 1998, Adileu Santos, Reginaldo Magalhães, Edgard Arruda e um quarto adolescente não identificado, com idades entre 13 e 16 anos, dormiam em um degrau no Beco do Candeeiro, no Centro de Cuiabá, quando foram surpreendidos por vários disparos de arma de fogo. Três deles perderam a vida naquele momento, deixando um rastro de dor, luto e indagação.
Quase 30 anos depois, o caso não teve nenhum esclarecimento. O único sobrevivente do grupo alvejado pela polícia participou do julgamento popular em 2014, e reconheceu o policial militar Adeir de Souza Guedes Filho, tido como o responsável pelas mortes dos garotos.
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O militar foi o único levado a julgamento, mas foi inocentado por falta de provas.

Wantuir Luiz Pereira, advogado e presidente da Associação dos Familiares das Vítimas de Violência do Estado de Mato Grosso (AFVv) lamenta a negligência e diz que o caso foi abandonado pelo estado. Segundo ele, nada foi feito.
“Até hoje, o estado não ofereceu qualquer forma de indenização às famílias das vítimas. O memorial erguido no local, embora tenha tentado preservar a memória da tragédia, não conseguiu impedir que o Beco do Candeeiro se tornasse um símbolo do abandono na cidade. O que fica é o sofrimento das famílias que ainda aguardam respostas”, aponta.

Para ele, o local da chacina deveria ser um símbolo de reflexão e justiça. “O Beco do Candeeiro está esquecido, sem a presença de crianças, mas com muitos jovens em situação de vulnerabilidade, que assim como antes, continuam sendo negligenciados. A realidade na região permanece difícil, com frequentes registros de violência e mortes”, afirmou.
O outro lado
O Primeira Página tentou contato com a assessoria da Polícia Civil e da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) para obter respostas sobre o caso e aguarda retorno.