Na manhã desta quinta-feira (04), a Secretaria de Assistência Social de Primavera do Leste reuniu representantes de diversos setores da sociedade civil organizada para apresentar ações realizadas em prol da população em situação de rua e dar início ao processo de constituição do CIAMP Rua (Comitê Intersetorial de Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua).
O encontro contou com as presenças de membros da Secretaria Municipal de Saúde (Consultório de Rua0, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública, Câmara Municipal, além de entidades representativas como ACIPLE, CDL e Rotary. A proposta central foi unir forças para fortalecer políticas públicas voltadas ao acolhimento, à assistência e à reintegração social desse público.
Segundo a secretária de Assistência Social, Tânia Carlotto, a criação do Comitê é fundamental para enfrentar um desafio presente não apenas em Primavera, mas no país como um todo. “Essa reunião tem o principal objetivo de unir forças para que consigamos trabalhar a questão das pessoas em situação de rua no nosso município. É uma problemática grande que atinge o país inteiro e precisamos atuar de maneira efetiva, com a participação de todos os órgãos, do comércio e da sociedade civil, para que as políticas públicas realmente tragam resultados”, destacou.
A secretária ressaltou ainda a necessidade de um olhar humanizado sobre essas pessoas, lembrando que, na maioria das vezes, a situação de rua não é uma escolha, mas resultado de fatores como saúde mental fragilizada, dependência química, desemprego e o alto custo de vida.
A coordenadora do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua da SAS, Natieli Machado destaca que o CIAMP Rua terá como missão articular órgãos públicos, entidades civis e sociedade em geral para construir um plano diretor municipal direcionado às pessoas em situação de rua. A previsão é de que o comitê seja oficializado ainda este ano, com a participação de novos parceiros que não puderam estar presentes no encontro desta quinta-feira.
“Com o Comitê não vamos solucionar por completo, mas podemos ampliar o acesso a direitos sociais e oferecer dignidade. Com a união de todos, conseguiremos ajudar da melhor forma possível”, avalia a coordenadora.
Natieli ressalta ainda que a realidade local difere de outros municípios, pois não é um público flutuante. “O perfil é de pessoas que vêm em busca de emprego, mas acabam permanecendo em situação de rua devido ao alto custo de vida. Além disso, há casos ligados ao uso de álcool, drogas e, especialmente após a pandemia, um aumento expressivo de pessoas com transtornos de saúde mental”, pontua.
Ela também apresentou um balanço das ações desenvolvidas nos últimos seis meses: foram realizados 1.170 atendimentos, que englobam desde abordagens diretas até encaminhamentos para serviços de saúde, e inserção no mercado de trabalho. A SAS ainda oferece acolhimento no albergue municipal, fornece kits de higiene, alimentação gratuita pela cozinha comunitária, atendimento psicológico, encaminhamento para emissão de documentos.
