Sábado, 12 de Julho de 2025
icon-weather
DÓLAR R$ 5,57 | EURO R$ 6,51

12 de Julho de2025


Área Restrita

Cotidiano Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 14:48 - A | A

Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 14h:48 - A | A

Camaleão do mar

Pesquisa descobre que tubarão-azul pode mudar de cor

Em uma inspeção detalhada, pesquisadores identificaram que o tubarão-azul pode potencialmente ajustar sua cor em resposta ao ambiente

 

Metrópoles
 
Foto-Metrópoles

 

 

O tubarão-azul (Prionace glauca) pode ter mais habilidades do que se imagina. Em estudo realizado pela Universidade da Cidade de Hong Kong, na China, pesquisadores descobriram que a espécie possui estruturas microscópicas na pele que não definem apenas o azul como cor característica, mas também permitem que o animal mude sua coloração para outros tons. 

A pesquisa foi apresentada na última quarta-feira (9/7) na Conferência Anual da Sociedade de Biologia Experimental, na Bélgica. 

O azul mais escuro no dorso e o mais claro na barriga são resultado de uma combinação altamente sofisticada de estruturas microscópicas e compostos químicos presentes na pele do grande peixe.

A pele do tubarão-azul é revestida por escamas chamadas dentículos dérmicos, que são como dentes microscópicos com funções variadas, como reduzir o atrito com a água e proteger contra parasitas. Agora, os cientistas detectaram que as estruturas também têm papel importante na coloração e capacidade de camuflagem.

 

Como o tubarão é azul?

Através de equipamentos de microscopia óptica e eletrônica, espectroscopia e outras tecnologias de imagem, os cientistas descobriram que dentro dos dentículos dérmicos haviam cavidades pulpares. O espaço abrigava componentes como cristais de guanina, que são compostos refletivos de luz azul, e bolsas de melanina, um pigmento escuro que absorve outras cores da luz.

Atuando em conjunto, as estruturas criam a cor típica da espécie de tubarão. A coloração azul é resultado da reflexão seletiva da luz pelas camadas de guanina combinadas com a absorção das outras cores pela melanina. O efeito depende do espaçamento microscópico entre as camadas de cristais.

 
“Ao combinar esses materiais, você também cria uma poderosa capacidade de produzir e mudar a cor. O fascinante é que podemos observar pequenas mudanças nas células que contêm os cristais e ver como elas influenciam a cor de todo o organismo”, diz um dos autores do estudo, Mason Dean, em comunicado.

 

Getty ImagesUm camaleão do Iêmen em seu bastão favorito isolado contra um fundo preto. Camaleões. Metrópoles
Entre os animais que trocam de cor na natureza, os camalões são os mais conhecidos

Tubarão ou camaleão?

Em uma inspeção mais detalhada, os pesquisadores identificaram que o tubarão-azul pode potencialmente ajustar sua cor em resposta ao ambiente. Se o espaçamento entre os cristais de guanina for alterado, a tonalidade da pele também muda, podendo virar verde ou amarela. 

Assim como os camaleões mudam de cor embaralhando, os tubarões podem ter um mecanismo semelhante. A diferença é que no caso dos animais marinhos, isso é controlado pela pressão da água. Ao mergulharem em profundidades maiores, a grande pressão pode aproximar as camadas de cristais e escurecer a pele do tubarão-azul, auxiliando sua camuflagem.

Apesar da descoberta surpreendente, a equipe de pesquisa observou as mudanças de cor em simulações realizadas em laboratórios. “O próximo passo é ver como esse mecanismo realmente funciona em tubarões que vivem em seu ambiente natural”, destaca a coautora do artigo, Viktoriia Kamska.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! 

 

✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp

✅ Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp 

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]