Giovanna Estrela

O Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, é um dos destinos mais procurados por quem busca trilhas e paisagens de tirar o fôlego. Foi nesse cenário que uma menina de apenas 11 anos caiu de uma altura de 70 metros após correr em direção a um mirante no local. O acidente ocorreu nesta quinta-feira (10/7).
Situado dentro do Parque Nacional da Serra Geral, o cânion possui cerca de 7,5 quilômetros de extensão, 2 mil metros de largura e mais de 1 mil metros de altitude em relação ao nível do mar. Suas enormes paredes de pedra, que lembram muralhas, explicam o nome “Fortaleza”.
O acesso ao local é feito pela rodovia CS-012, no km 22, e as trilhas disponíveis são autoguiadas, ou seja, não exigem acompanhamento de guias. Placas informativas ajudam na orientação e alertam para cuidados durante a visita.
Mesmo com essa estrutura, a natureza acidentada da região exige atenção redobrada, principalmente em pontos como o mirante, onde não há proteção física contínua ao longo da borda.
Entre os percursos mais conhecidos estão:
- Trilha do Mirante: oferece uma vista panorâmica de toda a extensão do cânion e da região costeira, incluindo a cidade de Torres e parte da planície de Santa Catarina;
- Trilha Quebra-Cangalha: continua a partir do mirante, percorrendo a borda do cânion;
- Trilha da Cachoeira do Tigre Preto: leva a uma queda d’água com cerca de 250 metros;
- Trilha da Borda Sul: permite observar com amplitude as fendas e vegetações típicas, e conduz ao ponto mais alto do mirante.

O acidente
A menina que caiu do mirante nesta quinta (10/7) tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e estava com os pais no momento do acidente. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela foi localizada por volta das 17h37 com o uso de um drone equipado com câmera térmica. Não se sabe ainda se ela sobreviveu a queda.
A operação de resgate foi iniciada ainda durante a tarde e mobilizou diversas frentes: além dos bombeiros, atuam no local equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da concessionária Urbia Cânions Verdes, responsável pela gestão da área, e voluntários especializados em resgates de montanha. O ponto onde a criança foi encontrada é de difícil acesso, o que exige cuidados técnicos no deslocamento das equipes.
Em nota, o ICMBio lamentou o ocorrido, manifestou solidariedade à família e informou que acompanha de perto a operação. A gestão do parque reforça que as trilhas são sinalizadas e que há equipe de segurança no local, incluindo bombeiros civis treinados para emergências.